Pedofilia em Luziânia

A Polícia Civil do Estado de Goiás e a Polícia Federal desenvolveram um bom trabalho, pois em conjunto e após 03 meses de investigações desvendaram um dos crimes mais misteriosos de Goiás. A Polícia Civil goiana apresentou à imprensa o preso de nome Admar de Jesus da Silva, conhecido como nego, 40 anos, pedreiro, viúvo, residente no parque Estrela Dalva, em Luziânia, Goiás, que confessou ter violentado sexualmente e assassinado os 06 menores que residiam no mesmo setor em menos de um mês.

O caso ganhou notoriedade nacional depois que as mães foram em uma rede de televisão denunciar o desaparecimento de seus filhos e exigir das Polícias uma investigação. As mães por várias vezes voltaram a se manifestar e foram em Brasília, no Ministério da Justiça pedir o auxílio da Polícia Federal. Na época o Ministro da Justiça disse que a Polícia Federal só poderia auxiliar na investigação se houvesse um pedido da Polícia Civil goiana.

Conforme o delegado da Polícia Civil, Josuemar Vaz de Oliveira, responsável pelas investigações, foi um crime muito difícil de ser elucidado devido não haver testemunhas e nem o objeto material, que são os corpos; que o crime só foi descoberto após o cruzamento de dados, como suspeição de ex-presidiários e rastreamentos de telefones; e que chegaram até Admar por se tratar de um ex-presidiário que ganhou a liberdade uma semana antes do sumiço do primeiro jovem em 30-12-2009 e por o mesmo morar cerca de 500 metros de uma das vítimas, e que o indiciamento se deu ao encontrarem o celular de um dos menores em poder de um parente seu e da oitiva de um menor que escapou por pouco de ser a 7ª vítima.

Na ficha criminal de Admar há uma condenação de 14 anos de reclusão em regime fechado por pedofilia, por ter violentado sexualmente 02 menores de 08 e 09 anos de idade. Depois de cumprir 04 anos de prisão na Papuda foi beneficiado por bom comportamento a progressão de regime, e passou a cumprir o restante da pena em regime aberto. É de se estranhar que havia um laudo pericial que atestava que o mesmo tinha sinais de um psicopata e precisava de acompanhamento psicológico.

O assassino confessou que seduzia os jovens com promessas de pequenos serviços e bom pagamento em dinheiro. Então levava um de cada vez a um matagal em uma fazenda de nome buracão a cerca de 2 quilômetros da entrada da cidade, onde após a violência sexual cometia o homicídio com pauladas e enterrava o corpo ali mesmo, e todos foram enterrados num raio de 300 metros. Na casa do assassino foram encontrados objetos das vítimas, como bicicletas e celulares.

As mães ficaram surpresas e choraram muito, pois tinham esperanças de encontrarem os seus filhos ainda vivos, pois os mesmos não tinham envolvimento com trafico de drogas e nunca foram apreendidos pela polícia, e eram meninos exemplares. A primeira linha de investigação da polícia era que os menores poderiam estar em uma fazenda fazendo trabalho escravo. A Polícia também suspeitou de os menores serem vítimas do tráfico de órgãos. Até a Interpol (Polícia Internacional) foi solicitada a colaborar no desaparecimento dos menores. Enfim, o êxito, a prisão do criminoso.

Criminosos sempre vão existir. Cabe a Polícia investigar e prender, a Justiça julgar e ao Estado a execução penal. As leis de execuções penais precisam ser mais rígidas, os presos de crimes hediondos não podem ter os mesmos benefícios dos presos comuns, como a progressão de regime. Além da reclusão, os presos por crimes hediondos como psicopatas deveriam passar por um tratamento psicológico antes da reintegração social, e ainda ficarem sob vigilância mesmo em liberdade, como acontecem em muitos países; pois a maioria dos presos tendem a praticar os mesmos crimes ou até piores. Os presos psicopatas, de alta periculosidade ainda deveriam ficar presos em manicômio judiciário e não em presídios, pois necessitam de um tratamento psicológico e psiquiátrico.

Alonso Rodrigues Pimentel
Enviado por Alonso Rodrigues Pimentel em 13/04/2010
Reeditado em 14/04/2010
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