Meu coração...Não sei por que é de quem chegar primeiro!

É bonito saber que a vida pode gerar vida, é mais bonito ainda é saber que um órgão pode substituir outro órgão e salvar vidas!
O que não é bonito é a fila quilométrica à espera de um doador!
E horroroso e pavoroso é saber que por falta de profissionais competentes, órgãos chegam a ser retirados ou se retiram, são perdidos pela falta de viabilidade em transportá-los até o local, onde sempre há alguém na dura contagem regressiva da partida.
Hoje, a conscientização de se doar o que não vai mais te servirá no além túmulo, está aumentando generosamente. Apesar de sabermos que infelizmente o tráfico de órgãos acontece sem fronteiras e sem muita fiscalização!
E como ainda não estão nas prateleiras dos shoppings centers mais luxuosos das grandes metrópoles; um par de córneas, um fígado em perfeito estado de conservação, um rim capaz de filtrar até 10 litros de sangue por hora! Ou aquele coração fresquinho! Cheio de energia, válvulas calibradas, musculatura atlética e repleto de amor para dar!
O comercio ilegal rola solto pelo mundo e como não bastasse, a gravidade da doença, a longa espera na fila, a incompatibilidade dos doadores, a distancia em que o doente se encontra do órgão a ser doado, entra a crise pior de toda a situação. A falta de dinheiro que leva às vezes a fazer o paciente pagar com a própria vida os custos que não se tem, para bancar uma viagem de emergência e uma internação em um hospital conceituado na especialidade exigida. Quando enfim recebe a tão esperada notícia que tem um órgão à sua espera! E aí, muitas das vezes ...Aquela longa maratona se encerra ali.
Pois é... È duro de aceitar e terrível de se entender como uma triste melodia que mexe com a alma da gente:
Meu coração...
Não sei por quê?
É de quem chegar primeiro!

                                                         Valleria Gurgel
                                                           04/04/2010

Valéria Cristina Gurgel
Enviado por Valéria Cristina Gurgel em 06/04/2010
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