A morte que quer viver a vida
 
Quem nunca encontrou por aí o famoso “morto vivo”?
Ah! Eu já vi! Vários! E quem nunca viu?!

Aquele tipo de pessoa desmotivada, emburrada, pessimista, medrosa, decepcionada, frustrada, covarde que insiste em viver!
E vive resmungando, se culpando, culpando os outros dos seus fracassos e de suas desilusões. Que não sai para não gastar dinheiro, que não cozinha para não sujar o fogão, não engravida para manter o corpo perfeito, não constrói sua casa, pois tem medo de prestação, nunca viaja! E o medo de avião?
Não convive com os outros por medo de decepção e nem tem cachorros, pois dá trabalho de montão! Não tem paciência, nem vaidade, tem medo de ter coragem igual aquele leão. Que no “Reino Encantado do Mágico de Oz,” pensava que para ser algoz precisava ser cruel, devorar e matar até a ilusão.
Aquele morto que acha que está vivendo, mas, na verdade, vive sofrendo, por matar o sonho dos outros, pois não tem coragem de sonhar e ouvir o coração.
E nem a audácia de se apaixonar, nem por si mesmo para não correr risco de precisar perdoar-se e perdoar o outro, aprendendo a amar e discernir o que é paixão.
Esse é o morto que vive a vida, à procura da satisfação!
Guarda todo o seu dinheiro, para levar bem sorrateiro, na gaveta do seu caixão!
 
                                                                 Valleria Gurgel
                                                                  29/03/2010