Enlouquecer

Enlouquecer é ter a plena consciência que não mais dominamos nosso corpo e mente, atos e pensamentos, é saber que o espasmo involuntário da alma agora nos toma pelas mãos e pés tal qual marionetes. É sentir o horror da existência e não findar em vida com o teatro se fim. É dizer e declamar o sentimento sem ser ouvido ou se quer escutado. É estar só em meio a tantos e não compreender mais o sentido de tanto o que foi feito, em vida, curta e expressa, mas não se importar mais pois também se perde o tempo e o espaço que nos foram doutrinados, é enxergar o homem dentro do homem e perceber que somos eternas crianças que por vezes, más, brincamos de destruir castelos e vidas, é sentir que nada somos alem de animais pensantes e prepotentes. É entender que o maior esforço em vida não passa de um sopro na existência, no universo, e que mesmo compreendendo o qual é curto o tempo de dizer que se ama, deixamos passar vendo borboletas ou apenas as capturando em vão, como flores mortas sem destino certo a um coração. Enlouquecer é saber que desta forma que se pensa, não se vive um homem, um amor, um tocar real, é estar só a partir daí e conviver com seus pensamentos e duvidas sem resposta e compartilhamento, pois quem enlouquece e sabe disso, se cala no medo de descobrirem a loucura, pois apesar disso, a liberdade dentro desta prisão social ainda nos vale a palavra e uma remota esperança, seja em não estar de fato loucos, ou que esta loucura seja de fato a chave da liberdade.