O caso Isabella
Às 14:17 de hoje (22-03-2010) teve início no Fórum de Santana, na Zona Norte de São Paulo –SP, o julgamento mais esperando do ano, em que Alexandre Nardoni e Ana Carolina Jatobá são acusados pelo Ministério Público de homicídio triplamente qualificado e fraude processual por terem alterado a cena do crime. A estimativa é de o julgamento durar 05 dias.
O crime aconteceu em março de 2008. Isabella Nardoni de 05 anos foi encontrada inerte na grama pelo porteiro do edifício London, na zona norte de São Paulo, que chamou a Polícia Militar e os Bombeiros. Isabella foi socorrida, mas não resistiu. Por suspeitarem de homicídio a PM acionou a Polícia Civil e a Polícia Técnico-Científica. Alexandre Nardoni e a madrasta Ana Carolina Jatobá apavorados ou dissimulados disseram aos policiais que alguém havia jogado a menina do 6º andar de onde moram.
Os policiais isolaram o local do crime e começaram as investigações. A priori os policiais acreditaram na versão do casal. Por não haver indício de uma 3ª pessoa, violação da cena do crime e provas evidentes colhidas pelo Instituto de Criminalística, a Polícia Civil indiciou os dois, que negaram ser ouvidos. A PC encaminhou o inquérito ao Ministério Público com pedido de Prisão Preventiva. E há quase dois anos estão presos nas penitenciárias de Tremembé, distante 147 quilômetros da capital paulista.
Na Justiça os réus ainda negaram a autoria do crime. A Justiça negou Habeas Corpus e outros recursos e manteve os dois até o julgamento. Por ser um crime Doloso em que teve a intenção de matar estão sendo julgados pelo Juri Popular. Após a leitura do processo, das evidências da Justiça, e de todo ritual de acusação e de defesa, o Conselho de Sentença, composto por 07 jurados, quatro mulheres e três homens, vai decidir pela condenação de 12 a 30 anos de reclusão ou pela absolvição dos acusados.
(Serão ouvidas as testemunhas de defesas e de acusação e os réus. Há o debate (sustentação oral) entre o promotor de justiça (acusação) e o advogado de defesa, com direito a réplica do promotor e tréplica do advogado. O juiz elabora perguntas (quesitos) por escrito aos jurados, que respondem (sim ou não) em uma sala secreta. A reclusão é calculada conforme os quesitos de agravantes ou atenuantes respondidos pelos jurados. Por último o juiz faz a leitura da sentença final: condenatória, absolutória ou desclassificação. E encerra a sessão).
Esse crime chocou o país e repercutiu no mundo inteiro, por se tratar de uma criança de 05 anos, indefesa e sem malícia, que não teve o amor e a proteção de seus tutores. Isabella morava com a mãe Ana Carolina Oliveira, e nos finais de semana ficava com o pai e a madrasta. Esse julgamento está sendo acompanhado pela imprensa nacional e internacional. E o Fórum está lotado de estudantes de Direito e de toda comunidade; e há manifestantes em volta do Fórum pedindo a condenação do casal.
Mas esse crime contra a vida de uma criança não foi e nem será o único, pois milhares de crianças são agredidas física e psicologicamente por pais, padrastos e madrastas. Acontece por ciúmes quando um dos cônjuges não é o pai ou a mãe. Mas dessa vez houve a conivência de pai e madrasta. Hoje em dia o sentimento de posse entre marido e mulher está sendo mais importante que tudo na vida, e motivo de assassinatos até mesmo de crianças. Por ser pai Alexandre Nardoni deve receber uma pena maior como agravante.