Dois pesos, duas medidas

Está confirmado: no mundo tem mesmo gente pra tudo! Pessoas inteligentes, sinceras, atenciosas, convictas, ouvintes de bom senso que fazem da honestidade um padrão de viver correto. Outras são néscias, ignoram a razão, a honestidade, mentem descompromissadas com a verdade, obedecem às conveniências ilícitas, praticam a maldade como forma de superar a todos e a tudo, importando-lhes o seu bem-estar, as regalias e gozos que a marginalidade possa lhes oferecer.

Conheço muitos personagens com as referências da segunda qualificação, acima descrita. O político é um desses intérpretes de vergonhosa avaliação. O principal deles, os leitores conhecem pelo desempenho ostentado em pesquisas de opinião, de falsa credibilidade. Esse personagem mambembe sempre se diz surdo às denúncias de sua trupe, esquecido da realidade de fatos que incriminam a si e a seus comparsas.

O povo, espectador desatento, responsável por “tudo isso que está aí”, desmemoriado, ausente e perdulário, não se recorda de fatos recentes que digam respeito aos procedimentos malsãos dos que seguem e aplaudem imerecidamente. Contrariamente, lembram das falcatruas dos adversários. É o caso, conhecido nos últimos dias, dos marginais radicados no Distrito Federal onde a honestidade é escassa e a ladroeira impera.

Os que hoje acusam com justa razão o governador de Brasília, famoso presidiário do Cerrado, montando campanas para escorraçá-lo, e, ainda, sem arrefecerem os ânimos, denunciam o mensalão do PSDB, em Minas Gerais, não lembram o precursor desse tipo de roubalheira, o PT. A malfadada sigla ensinou, com requintes da mais alta sabedoria criminosa, como assaltar o Tesouro do Estado utilizando esquema bem arquitetado por profissionais de reconhecida perícia.

A habilidade petista supera a mais inteligente alquimia inventada nos porões da desonestidade. Políticos, empresários, intelectuais e militantes do vil esquema atacaram as empresas públicas brasileiras, esvaziando-lhes os cofres recheados com o produto dos impostos escorchantes cobrados do contribuinte. Nunca se viu, “na história desse país”, tanta voracidade em se assaltar o Erário.

Seguindo, talvez, o exemplo de “sua excelência maior” - que nada viu nada soube - o povo, e os petistas menos ainda, não mais falam do vergonhoso espetáculo de cinco anos atrás. Hoje, para refrescar-lhes as memórias, tratarei do assunto neste espaço generosamente reservado pelo Recanto das Letras a este pobre escrevinhador.

A Revista ISTOÉ desta semana traz, em reportagem de capa, matéria intitulada “O relatório final do mensalão”. Ali, o leitor poderá ser mais bem informado sobre o “maior esquema de corrupção do país”, como classificou a revista ao utilizar a mais apropriada expressão verbal para qualificar o roubo dos roubos, esquecido por petistas militantes ou eleitores cegos, surdos e mudos; esses últimos recheiam as pesquisas eleitorais, dando à Dilma uma votação que, se confirmada, deixará o Brasil novamente frágil diante dos arroubos (terei errado a grafia?) do PT, de seus seguidores e das hienas que o acompanham e o apóiam.

Precisaria eu, nomeá-los?

O novo personagem do escândalo do mensalão petista, esse sim um senhor MENSALÃO, é o ex-prefeito de Belo Horizonte, atual coordenador da campanha da Dilma a presidente da República. Trata-se de Fernando Pimentel, responsável pela remessa aos Estados Unidos, de US$ 80 milhões, dinheiro resultante de contrato superfaturado com os auspícios dos Dirigentes Lojistas de BH, para implantação do programa Olho Vivo, cujas câmeras destinavam-se a flagrar apenas o marginal comum em seus atos criminosos.

Eles seriam protegidos pela impunidade.

A reportagem está recheada de informações obtidas em pesquisa efetuada por diligentes repórteres que manusearam as 69 mil páginas do processo do STF. Não são, portanto, apenas os 40 ladrões, antes arrolados na descomunal teia de desonestidade petista e dos partidos que apóiam o atual governo.

As irregularidades, ou melhor, a roubalheira efetuada em empresas públicas, entre elas o Banco do Brasil, instituição séria à qual já pertenci, transformam os “mensalinhos do DEM e do PSDB” em brincadeira de amadores. O Banco do Brasil, o seu banco, como diz a propaganda do governo, foi saqueado em R$ 60 milhões, segundo depoimento da jornalista Danevita Ferreira de Magalhães à Polícia Federal. Segundo ela, a agência DNA, de Marcos Valério, recebeu o dinheiro do Banco do Brasil para veiculação de uma campanha publicitária do cartão de crédito BB/Visa Electron. A campanha nunca se realizou. Quando Danevita alertou que os serviços não realizados seriam um problemão, foi demitida de suas funções.

Intriga o fato de o presidente Luiz Viajando Lulla da Silva ter sido convidado pela juíza Pollyanna Kelly Martins Alves, da 12ª. Vara da Justiça Federal de Brasília, a prestar depoimento como testemunha no processo do Mensalão do PT, e Sua Excelência não ter, quatro meses depois, sequer atendido por escrito, faculdade permitida em função do cargo que exerce.

A reportagem, caro leitor, é substanciosa. Leia, para inteirar-se do assunto. Assim, você poderá evitar que o Brasil continue a ser assaltado.

A senha já foi dada:

“A Dilma vem aí!”.

Cuidado!