O terremoto do Chile

Passado um mês e meio do terremoto que arrasou o Haiti, um outro terremoto de maior proporção, de magnitude 8,8 na escala richter devastou as regiões do centro e sul do Chile, país sul-americano banhado pelo oceano Pacífico. Na madrugada de sábado (27-02) moradores da cidade de Concepción distante 500 quilometros de Santiago foram surpreendidos enquanto dormiam. Santiago, capital, e outras cidades como Pelluhue e Valparaíso foram afetadas em menor proporção.

O epicentro do terremoto aconteceu no oceano Pacífico na região de Bio Bio a cerca de 320 quilometros ao sul da capital chilena e a 91 quilometros ao norte de Concepción, 2ª maior cidade chilena com cerca de 500 mil habitantes, e numa profundidade de 35 quilometros. A cidade de Concepción por estar mais perto foi a mais atingida. Em todo o Chile já são mais de 2 milhões de casas afetadas e mais de 700 mortes e milhares de feridos e desabrigados.

Esse terremoto é o 2º maior da história do Chile; o 1º foi em 1960, que atingiu 9,5 graus de magnitude, com 1,655 mortes e milhares de feridos e desabrigados. É maior que o terremoto que atingiu o Haiti, que teve magnitude 7 graus, mas de consequências menores devido o epicentro ter ocorrido a uma maior distância, e que ainda causou tsunamis, ondas de 10 metros de altura com avanço de 1,5 km no litoral próximo ao epicentro. 50 países e territórios ficaram em alerta pelas tsunamis, ondas geradas pelo terremoto, mas que não passaram de 1m e não causaram danos.

Por ser um país bem estruturado, maior produtor de cobre do mundo, houve menos destruição que no Haiti onde as construções são pobres. Mas as consequências dos estragos são visíveis em algumas cidades como falta de água, luz e telefone, e desabamentos de casas, prédio e viadutos; e pelo interior, estradas bloqueadas pelas rachaduras e quedas de pontes. O aeroporto de Santiago chegou a ficar interditado pelas instalações atingidas e pelos escombros, e está funcionando precariamente.

O terremoto no Chile atingiu o Brasil, foi sentido por moradores de cidades como São Paulo, São José dos Campos, SP, e Cascavel, no Paraná. Também foi sentido por moradores de países como Argentina (onde uma pessoa morreu) e Paraguai. O Chile é um dos países mais suscetível a terremotos por estar localizado no encontro de duas placas tectônicas, a nazca e a sul- americana, e onde inicia o anel de fogo do oceano Pacifico, região mais vulnerável do planeta que passa por países como México, Estados Unidos (costa oeste) e Japão, e onde existe a maioria dos vulcões ativos e inativos da Terra e de onde surge os maiores terremotos e maremotos (tsunamis). O Brasil por estar no meio da placa tectônica sul- americana não corre o risco de ter um terremoto de grande magnitude, felizmente.