Viajando...

Amigos(as) recantistas,

Estou em contagem regressiva para uma viagem de dez dias.

Irei a Paulo Afonso/BA levando uma amiga que fará 93 anos dia 8 de fevereiro. Ela é conhecida de muitos aqui pois sua história em resumo aqui registrei: "Uma Vida de Circo".

Já foi também homenageada pela grande Claraluna com a poesia "A Poetisa Circense" postada em 17 de janeiro de 2008( com foto de Maria Aparecida Nogueira), que faz parte de uma antologia (A Mala do Poeta) organizada pelo poeta de Paulo Afonso - Jotalunas.

Ela receberá "um monte de carinho" do filho caçula Luiz Alberto (também dos familiares e do outro filho Celso Nogueira) com um sarau que terá a participação de poetas e músicos da cidade.

Fazendo malas, e no intuito de deixar tudo em ordem em casa, já me despeço com um grande abraço.

Até a volta. Um grande abraço.

Fernanda

***

Peço licença a grande Claraluna para deixar aqui também, enriquecendo minha página, a linda poesia de sua autoria:

A POETISA CIRCENSE

Para quem não a conhece

Dela eu vou falar agora,

Mulher linda que merece

O carinho a toda hora.

Quando ela veio ao mundo

Seu destino foi traçado,

E o sofrimento profundo,

Que caminhou ao seu lado.

Maria Aparecida,

Era o nome de solteira,

Que nas bodas recebeu

O sobrenome Nogueira.

Desde muito pequenina

No circo se engajou,

Padeceu, pobre menina,

Mas não desencorajou.

Beleza reconhecida,

E o talento natural,

Fizeram de Aparecida

Do circo a principal,

Atração que despertava

Os suspiros e os amores,

Mas só ela suportava

O sofrimento, as dores.

Famosa e viajando

Por toda Minas Gerais,

Aonde o circo ia passando

Não a esqueciam jamais.

Mas chegou o casamento

E a vida toda mudou,

Com ele mais sofrimento,

Que a circense suportou.

Ela foi discriminada

Pela sociedade de então

E agüentou resignada

Não perdeu sua razão.

Do circo só a saudade

Que nunca a abandonou,

Aplausos da mocidade

Que no coração guardou.

O palco era a paixão

Da atriz e trapezista,

Que viveu com emoção

A sua vida de artista.

Com oitenta e nove anos

Hoje ela vive só,

Aprendeu com os desenganos.

Tem seus filhos, é avó.

Para o teatro voltou

E representa com alegria,

Entre escritores e artistas

Que lhe fazem companhia.

É um exemplo de coragem

De força e resignação

E aqui nesta homenagem,

A beijo com emoção.

Receba meu abraço carinhoso, Maria Aparecida Nogueira.

Que Deus a abençoe.

Claraluna

P.S.: Na foto a Aparecida comigo.

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 31/01/2010
Reeditado em 02/02/2010
Código do texto: T2061260
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