Tragédias das chuvas
No final de ano de 2009 e início de 2010 choveram muito em algumas regiões do país, como sul, sudeste e centro oeste. As regiões sul e sudeste são as mais habitadas, e por haverem muitos morros, pântanos e rios, e ocupações irregulares, são onde ocorrem os maiores riscos de transbordamentos e alagamentos de rios, deslizamentos de terras e quedas de barreiras e pontes. As tragédias já são esperadas.
A Serra do Mar é um nome de uma cadeia de montanhas de cerca 1000 km, que se localiza no litoral entre Rio de Janeiro e norte de Santa Catarina. É um local inapropriado para se desenvolver cidades ou povoamentos. É também um local protegido por leis ambientais federais, estaduais e municipais. Mas algumas cidades se desenvolveram entre essas montanhas, como Rio de Janeiro e Angra dos Reis. Por ser um lugar bonito que atraem turistas do mundo inteiro, há muitas pousadas e ocupações irregulares.
O Rio de Janeiro é uma cidade muito bonita, com muitos morros. É também uma cidade perigosa para as pessoas que moram na beira desses morros, pois quando chove muito a água infiltra causando desmoronamento ou deslizamento de terras e muitas casas e pessoas são soterradas, com muitas mortes. Os morros desmoronam devido ao desmatamento que causa erosão e pelo próprio terreno. A Ilha Grande onde se localiza Angra dos Reis é um conjunto de 365 ilhotas, 08 baias e muitos morros. Em Angra dos Reis e por toda a ilha grande houve deslizamento de terras e muitas vítimas.
Na praia do bananal, município de Angra dos Reis, pousada de nome enseada do bananal na encosta de um morro, uma tragédia chocou o país. Jovens universitários dum curso de arquitetura, a convite da filha do proprietário também universitária estavam na pousada para passar o final de ano e réveillon de 2010, quando de madrugada foram surpreendidos por um deslizamento de terra. Os Bombeiros resgataram 21 corpos, e outras 07 casas foram afetadas sem vitimas. Eram jovens, cheios de vida e esperança, que encontraram a morte. Por toda a Ilha Grande mais 31 mortes, totalizando até o momento 52 mortes vitimas de deslizamentos.
Diante dessa tragédia a prefeitura de Angra dos Reis resolveu agir rápido e demoliu cerca de 600 casas localizadas nas encostas de morros. Mas há muito mais casas localizadas em locais de risco para serem demolidas tanto em Angra quanto no Rio de Janeiro e em outras cidades. As casas localizadas próximas a córregos que alagam em épocas de chuvas também precisam ser demolidas. Os Governos federal, estaduais e municipais que não agiram com leis protegendo áreas ambientais e de risco, agora precisam reagir, ou seja, retirar estas pessoas levando-as para um local seguro. É preciso agora investir, construir casas para estas famílias desabrigadas. E o tempo, ou melhor, as chuvas não esperam.