DIA DA CONFRATERNIZAÇÃO UNIVERSAL (1º-1-2010)

Prof. Antônio de Oliveira*

Alguém me fez uma observação, a propósito de minhas crônicas, que me deixou sensibilizado e me estimulou a continuar escrevendo sobre datas comemorativas. Disse que, de tantas datas, apesar de aparentemente triviais ou meramente comerciais, eu era capaz de garimpar idéias, garimpar ouro. Senti-me feliz e estimulado para continuar a “contar os dias” em 2010.

Uma outra pessoa se referiu aos meus “dias de...” como língua do dia. Gostei.

Na verdade, tenho escrito mais sob inspiração. Esse negócio de ganhar dinheiro para escrever faz sentido, mas fica parecendo barganha, troca, prostituição mental. Na linguagem de hoje, produto, encomenda.

Para mim, esse discorrer tem valido como autorrealização e realização,

de forma presumivelmente engajada no formato de crônica.

É um exercício de revitalizar antigas e passadas meias-horas de meditação diária no internato.

Dia 1.º, primeiro dia do ano é o Dia da Confraternização Universal.

Para mim essa data antecipa todas as comemorações do ano, engloba-as todas, globaliza. Afinal tudo se resume na fraternidade, lema cristão adotado

pela Revolução Francesa. Quanto a ser o Dia Internacional da Paz, acho muito pouco. Todo dia é dia de paz. Salve, a paz esteja contigo!

Tenho gostado de refletir, meditar sobre esse contar os dias, plagiando linguagem mesmo fora do contexto bíblico. Será que em 2010 vou poder continuar meu recado quase diário? Desejo que você viva feliz todos os dias

do ano e que conte comigo todos os dias e cada dia.

Valorizar datas, como se vê, é gostar de grafá-las, procurando fazer de cada comemoração um minimosaico, um núcleo, um aconchego, um nicho,

um sacrário, um ninho sagrado, um regaço. E sem recorrer a produtos comemorativos engessados pelos fabricantes e empurrados goela abaixo pela mídia publicitária, cujo segredo é magnetizar nossos olhos, atrair nosso faro e, então, fazer a gente retirar um cartãozinho mágico do bolso, usar uma senha, e pronto! Processando... Retire o cartão que a comemoração está sacramentada.

Mas o que a gente comemora conscientemente, e com carinho, nunca está em liquidação nem se condiciona a “enquanto durar o estoque”, nem é preciso correr antes que acabe...

Como a água, o tempo flui. Fluidez, em sentido figurado e subjetivamente construtivo, é o que é espontâneo, natural. Como a vida, é o estilo:

estilo de vida, fluidez de estilo. E não é que hoje é 1.º de janeiro...

Feliz ano-novo, feliz ano inteiro!

*Coordenador e Supervisor da Consultoria Acadêmico-Educacional (CAED). Técnico em assuntos educacionais há 30 anos, com experiências no serviço público e na atividade privada. Mestre pela Universidade Gregoriana de Roma. Realizou estágio pedagógico em Sèvres, França. É graduado em Estudos Sociais, Filosofia, Letras, Pedagogia e Teologia. Pesquisador e consultor, presta assessoria, dentre outras instituições, à ABMES, Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior, sendo responsável pela montagem do Anuário de Legislação Atualizada do Ensino Superior. Ministra também cursos de legislação do ensino superior.

aoliveira@caed.inf.br - www.caed.inf.br

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 30/12/2009
Reeditado em 30/12/2009
Código do texto: T2003078
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