AO FILHO QUE NÃO CONHECI (Claudinha por telefone)

- Ôi meu rei...finalmente consegui te localizar...

- Olá, quem tá falando?

- Claudinha, de Salvador...não se lembra?

- Desculpe...não me lembro direito...

- Aquela festinha...no Rio Comprido...Salvador....dezesseis anos de idade...whisky com guaraná...amasso...praia de Ondina...etc e tal...lembrou?

- Er..é...er..quer dizer...acho que sim...olha, se for ação de reconhecimento de paternidade, tudo bem, pode entrar na fila.

-É nada disso não meu rei...nem preciso disso...eu tenho um trio elétrico e estou muito bem de grana, graças ao Senhor do Bonfim, o que eu quero é outra coisa.

-Então o que é?

-É que meu filho...quer dizer nosso filho, vive pedindo um irmãozinho...e eu não queria que eles fossem de pais diferentes...entendeu?

- Acho que sim...mas estou trabalhando, não posso viajar...

- É o seguinte, se você topar eu arranjo com o ACM Neto umas férias...ou melhor uma transferência aqui pra Salvador e você fica sem fazer nada o tempo que quiser...sabe como é né?...sem fazer nada não é bem a palavra...você entende né?

- Acho que sim.

- Então vou fazer a reserva na suíte de cobertura do Hotel Pestana ...beijão meu dengo...tô te esperando.

Wilson Pereira
Enviado por Wilson Pereira em 28/12/2009
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