Honra ao mérito

Diogo Mainardi, colunista versátil, inteligente, destemido, sincero, único, licenciou-se da Revista Veja para se dedicar à feitura de novo livro. Perdemos nós, seus leitores, pois, por algum tempo, somente beberemos do seu manancial de conhecimento a cada quinze dias, período que me parece uma eternidade.

Não apenas eu lamento a sua ausência das páginas de tão prestimoso periódico, como tantas outras pessoas que, por hábito e por prazer, jamais tiram um cochilo às tardes domingueiras sem antes ler sua coluna semanal.

todos nos ressentimos dessa falta irreparável.

Eu, principalmente, por me considerar seu admirador inconteste.

Minha admiração por Mainardi, como jornalista e escritor de pena imbatível, foi consolidada depois de ler suas opiniões e tomar conhecimento de denúncias divulgadas sobre o governo do presidente Luiz Inácio (Viajando) Lula da Silva, seus aloprados, parentes, amigos e interessados no butim resultante de favorecimentos políticos, de incontáveis maracutaias, de um sem número de privilégios, do nepotismo descontrolado e do aparelhamento da máquina pública por sindicalistas de renomado desprezo pelo trabalho.

Seria injusto de minha parte não citar o jornalista e destemido comentarista Arnaldo Jabour, igualmente de pena imbatível e versátil, conhecedor profundo das mazelas que assolaram o Brasil a partir de 2003. Ouço com admiração o que diz esse baluarte da imprensa radiofônica e televisiva, autor de livros que deveriam ser lidos por atentos brasileiros, preocupados com o que acontece em solo pátrio.

Outros profissionais da imprensa, de toda a mídia a que temos acesso, poucos, por sinal, também são dignos da minha admiração e referência elogiosa; são corajosos e destemidos, sempre prontos a divulgar o que não convém ao país. Deixá-los no anonimato não é falta de respeito; omito-lhes os nomes porque a memória já não ajuda.

Lamentavelmente, boa parcela dos que têm o dever de informar veste-se de vermelho, fecha os olhos, a boca e os ouvidos para não ver ou ouvir “tudo isso que está aí”. E muito menos tornar público os descalabros iniciados há sete anos, talvez por ser comprometedor ou por ferir interesses pessoais.

E o que dizer de mim, mero escrevinhador audacioso e sem pretenções politicas ou de qualquer espécie, que para ocupar o tempo ocioso como aposentado escreve para reduzido número de leitores?

A mim cabe ajudar na divulgação de fatos desairosos à conduta dos homens públicos, encarregados do destino do país. Leio jornais e revistas, vejo e ouço noticiário e opiniões de abalizados comentaristas; tais fatos transformam esse humilde escriba em coadjuvante noticioso, não raro revoltado com "tudo isso que está aí". Repito o chavão, contrafeito, pois "nunca na história e deste país" esse tipo de notícia esteve tão em evidência.

A corrupção, o nepotismo a insegurança do cidadão, o desperdício do dinheiro público, as vegonhosas promessas costumeiramente descumpridas pelos políticos de todos os matizes, a ausência de programas assistenciais sérios para a saúde e educação, tudo me faz o que sou: EXTREMADO DEFENSOR DA MORALIDADE PÚBLICA.

Só isso.

Eis outro assunto, que por estar fazendo-me cócegas na língua, passo a tratar nesta crônica já tão extensa:

Há quem diga que sindicalista prefere a ociosidade.

O que chegou a Presidência da República, por exemplo, parece um ícone dessa afirmativa vergonhosa. Sua Excelência gosta mesmo é de viajar. Dizem que anda mais do que “burra de padre”, animal a serviço do sacerdócio missionário de antigamente.

Lula já voou incontáveis milhas aéreas em seu jatinho, denominado Aerolula, que muitos brasileiros de humor picante chamam de “Air Force 51”, em debochada comparação ao “Force One”, usado pelos presidentes dos Estados Unidos.

O número 51 faz referência à bebida preferida pelo famoso andarilho.

Seria verdade?

Assim dizem as más línguas.

E as boas, também.

Somente no primeiro mandato presidencial, o ex-metalúrgico deu dezoito voltas em torno da Terra; em sete anos de governo, já teria contornado o Planeta cento e quarenta vezes. Isso, se o ritmo de suas andanças não se elevasse em progressões alarmantes. Somente na África, Lula esteve por quarenta dias, até agora, em viagem a dezenove países do Continente.

Deixa o homem viajar! Dizem os vermelhos.