De tudo que vivi, sei lá

De tudo que vivi até hoje posso dizer que alguma coisa aprendi...

Aprendi que na real, bem lá no âmago da realidade, no cerne da mesma somos sós, pobres seres sós.

Podemos até ter nossa parentela, nossos amigos, nossa rotina, nosso cotidano, mas ao cerrar o espetáculo do dia, quando chega a noite somos nós e nós mesmos.

Nesse momento é que temos que aprender ou desaprender a lidar com o ser mais complicado e paradoxo que conhecemos ou desconhecemos, ou seja, nós mesmos.

A solidão nos é ofertada desde o dia de nosso nascimento até o momento da morte, quando vingamos para este mundo cheio de mistérios, descobertas, ilusões, chegamos sós, assim sucede quando dele partimos, a morte é solitária, nós a sentimos, ninguém a sente por nós, é um rito solitário.

Não importa suas dores, suas decepções, suas perdas, o mundo não para para sentir com você, então talvez seja por este motivo que inventei por muito tempo uma coisa artifical, uma vida irreal..

Tavez tentando adiar esta constatação, a da solidão, mas confesso que estou aprendendo a conviver comigo mesma, tendo por companhia somente a minha pessoa.

Mas como sou eu, este eu que muitos desconhecem, visto que eu mesma ainda a desconheço...

Sei lá, apenas sei que aqui estou, até quando desconheço, apenas vivendo um dia após o outro, dias penso na vida, sei lá, tudo é uma grande uma grandiosa ilusão.

Sei lá, de que adianta toda esta boa vontade, toda esta poesia, todo este vislumbrar profético...

Meu Deus assim sigo, apenas questionando sei lá, apenas a paixão por um ideal, um amor, um desamor move o ser....

Julia Lopes Ramos
Enviado por Julia Lopes Ramos em 17/12/2009
Código do texto: T1983530