Brasil que te quero meu

Há algum tempo, escrevi quatro crônicas cujos títulos foram os seguintes:

“Brasil que te quero grande”.

“Brasil que te quero forte”.

“Brasil que te quero justo".

“Brasil que te quero meu".

Tratei, modestamente, de assuntos relacionados com as últimas mudanças ocorridas no país nas áreas econômica, social, política e moral. Ousei dar-lhes os títulos acima mencionados, talvez tomados por empréstimo a algum autor, a quem peço desculpas se tornei medíocre o que eles, por certo, fizeram grande.

Se ninguém reclamou a autoria dessas designações, ter-me-á valido a idéia de elaborar matérias que possam ter motivado alguma reflexão.

Brasil grande e forte.

É assim que o vimos observando há alguns anos, desde o nascimento do real à morte da inflação. Não a morte propriamente dita, mas a fraqueza muscular que se lhe abateu ao longo de aguerrida política econômica, monetária e fiscal, empreendia pelo governo Itamar Franco e esplendidamente administrada pelo presidente Fernando Henrique Cardoso, a quem devemos o êxito do Plano Real, mantendo o dragão inflacionário sob severo cabresto.

De início, falei das mudanças ocorridas no Brasil nas áreas econômica, social, política e moral. Dos quatro termos aplicados, somente falta a confirmação do último. Pensando bem, as mudanças morais igualmente aconteceram. Pena terem sido para pior; um fato negativo, para desgraça nossa.

Grande, sem dúvida, nosso país o é. Sua extensão territorial e suas riquezas minerais e agrícolas associam-se às novas tecnologias para torná-lo forte, hoje, a quinta economia do planeta.

Sua fortaleza também está consubstanciada na sustentação da democracia representativa e nos valores humanos que desfilam com garbo, fazendo reluzir as cores verde, amarela e azul sobre as demais nações do mundo.

A expressão "forte" está se confirmando. A economia nacional agiganta-se, toma novas formas, empertiga-se diante de seus vizinhos do sul, alguns ostentando viés comunista ou socialismo antes moreno, hoje, chavista ou bolivariano, inimigo da riqueza que reclama por liberdade para tornar-se forte.

O governo atual fez direitinho o dever de casa. Deu continuidade às políticas do seu antecessor, pecando em alguns pontos e saindo vitorioso em outros; as vitórias alcançadas deveram-se à conjuntura econômica internacional e à sua própria disposição de manter o programa doméstico sobre os trilhos da prosperidade.

Brasil justo.

O conceito de Brasil grande e forte está se confirmando a cada dia. O de país justo, ainda não. As desigualdades sociais são imensas, agravadas pela falta de reformas nas áreas tributária, previdenciária e do judiciário. Os gastos públicos tomam direção perigosa, a máquina administrativa, inchada e perdulária está sem controle e ameaça a estabilidade econômica obtida com grandes esforços pelo governo anterior e o atual, além da classe empresarial que se dispôs a fazer a sua parte.

Brasil, que te quero meu!

Desejo, como todo brasileiro, a redenção política, econômica e social de nosso país. Para alcançarmos a propriedade requerida seria necessário estripar das hostes políticas os bandidos que as infestam e que infernizam o povo, dilapidam o nosso patrimônio e envergonham a nação.

Desejo-o desfrutá-lo não apenas para mim, como o fazem os "filhos do Brasil", que se apropriam da riqueza nacional como herança indevida.

Brasil, te quero meu para desfrutar-te com meus concidadãos, teus verdadeiros filhos, esse povo sofrido e cansado de ser espoliado, humilhado e enganado com falsas promesas ou com esmolas que degradam a sua condição humana.

Brasil que te quero meu!

Sim, quero-te para respeitar-te, amar-te e elevar-te aos píncaros da glória nacional.