Eqüinidade
Vou pentear a vida, esta égua de crina espessa, enquanto cavalgo em sonhos mansos com meus próprios cascos. Mas assim que levar uns coices, acordarei toda assanhada.
Assonhada, miro o espelho. Despertei agora, despenteei as horas no sono. Escovo os dentes de cavalo, tomo banho e café. Saio em galopes de ferradura...
Estou pouco relinchando aos que atravessados me olham sentados no ônibus. Eu centauro do lado de fora pareço estranho. Sangue puro é ungulado! Humano: estrume.
- Fulano de TAO, és tu naquele cume?
- Não, é Deus de Pégaso, um ser capaz de coicear montanhas a pegar o azul do céu com as asas.
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PAOLA F. BENEVIDES
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