SABER VIVER
É preciso pouco para saber a vida! É preciso muito para entender a nós mesmos!
Risos, rostos, madrugadas. Chuva, olhares, indumentárias. Desejos, recortes, praias.
É preciso pouco para sentir a vida! É preciso muito para entender os outros!
Janelas, sol, estradas. Riscos, jogos, falhas. Pratos, brindes, mãos apertadas.
É preciso pouco para tocar a vida! É preciso muito para entender as coisas!
E deixamos o tempo, sempre o tempo, a brincar conosco e nós, acreditamos que brincamos com ele! E deixamos a vida passar como uma canção breve...
Quando deveríamos desculpar as ofensas, quando deveríamos pedir desculpas, quando poderíamos dar um abraço apertado, quando poderíamos chorar manso ou chorar muito.
E deixamos o tempo passar e brincar e passar e ir...
Quando deveríamos olhar nos olhos, quando deveríamos pisar firme ou macio dependendo da circunstância, quando deveríamos calar e manter silêncio ou falar bastante, se necessário.
E deixamos o tempo rir e passar e brincar e jogar e ir...
É preciso pouco para perceber a vida, mas queremos muito.
É preciso pouco para saborear a vida, mas queremos tudo.
Sabemos.
Não fazemos!
E os risos, os rostos, as madrugadas, as janelas, o sol e as estradas vão ficando cada vez mais longe, cada vez mais. A imagem vai ficando turva, turva, confusa e, depois, não vemos nada. A morte que espreita. Mas não a morte física. A morte dos sonhos, dos amores, das paixões, das palavras... Essa morte que é uma morte lenta e não percebemos e não sentimos.
E não vivemos...