A FILA.

Hoje a revi. Isso me fez voltar ao passado, seu nome é... é... Droga! Não consigo me lembrar. Estávamos ambos na mesma fila, só que você à frente uns três metros. De início não tive certeza, porque de onde me encontrava só dava pra lhe ver de perfil. Foi o seu cabelo preso àltura de sua orelha esquerda que me levou a suspeitar que se tratava de você. Mas como é mesmo seu nome...?

Bem, enquanto a fila andava minha curiosidade para ver seu rosto de frente aumentava. De repente, como obedecendo a um comando telepático, você virou a cabeça e olhou para trás, aí sim, pude contemplá-la frontalmente. Não havia mais dúvida, Era você realmente. Mas que diabo! Do seu nome é que não me lembro.

Você ficou alguns segundo olhando para trás, mas por alguma razão instintiva, não olhou para mim. Não sei porque mas gostei de você não ter me visto, aliás, não entendi também o porquê de até àquele momento não ter conseguido lembrar-me de seu bendito nome. Bem que me esforcei. Acho que é algo parecido com Be... Lau... não, Mar... não, não, parece Fa... Ah, deixa pra lá!

Enquanto permanecíamos na fila, pensei em nosso caso e de como você decidiu acabá-lo.

- É para o nosso próprio bem. – Você disse. E partiu sem me dá sequer um beijo.

Como aquilo podia ser para o meu bem, se para eu estar bem precisava ficar com você?

Mas você nem ao menos parou quando repetida vezes por seu nome chamei. Falando em nome, acho muito esquisito não me recordar da porcaria de seu nome. E você significava tanto para mim. Por pouco não me suicidei quando me disse que não queria mais me ver e agora nem sei mais como se chama. Como posso ter desejado morrer por causa de alguém cujo nome não lembro? Acho que jamais a amei. Fui apenas um idiota romântico/sentimental.

Chegou sua vez, fez o que tinha que fazer e saiu pelo outro lado. Gostei disso, assim não havia possibilidade de você passar por mim, reconhecer-me e falar comigo.

Por cima dos ombros, olhei-a pela última vez antes de desaparecer. Não senti vontade de lhe chamar, não senti saudade, não senti nada, apenas uma vontade de sorri. Achei que você já ia tarde e, pensei:

- Adeus, seja lá como se chama.

Francisco Piedade
Enviado por Francisco Piedade em 19/11/2009
Código do texto: T1932936
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