Vamos trocar?
Durante muitos anos tive a paciência de fazer colchas de retalho. Não era Patchwork, porque não havia arte nenhuma. Todo e qualquer retalho era pregado sem estética, sem encantamento, mas as colchas eram sempre bem-vindas pelos meninos, pois eram quentinhas e práticas. Quando ficavam mais velhas, alguns tecidos rasgavam-se com mais facilidade. Se eu não costurasse logo aquele pedaço – o que era muito comum acontecer, a colcha já virava brinquedo. Os meninos entravam por aquela abertura, ficando dentro da coberta, como se fosse uma barraca.
Um domingo fomos à roça, e lá estava a Ester, minha cunhada, com seu nenê caçula, o Lucas. O Saulo, meu caçulinha, ficou encantado com o bebê e propôs à Tia:
- “Tia Ester, quer trocar o nenê por uma barraca?” (!)
E olha que a barraca era de estimação!