Vamos trocar?

Durante muitos anos tive a paciência de fazer colchas de retalho. Não era Patchwork, porque não havia arte nenhuma. Todo e qualquer retalho era pregado sem estética, sem encantamento, mas as colchas eram sempre bem-vindas pelos meninos, pois eram quentinhas e práticas. Quando ficavam mais velhas, alguns tecidos rasgavam-se com mais facilidade. Se eu não costurasse logo aquele pedaço – o que era muito comum acontecer, a colcha já virava brinquedo. Os meninos entravam por aquela abertura, ficando dentro da coberta, como se fosse uma barraca.

Um domingo fomos à roça, e lá estava a Ester, minha cunhada, com seu nenê caçula, o Lucas. O Saulo, meu caçulinha, ficou encantado com o bebê e propôs à Tia:

- “Tia Ester, quer trocar o nenê por uma barraca?” (!)

E olha que a barraca era de estimação!

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 13/07/2006
Reeditado em 16/09/2006
Código do texto: T192990
Classificação de conteúdo: seguro