Rapunzel

Quando mudamos para o apartamento que hoje moramos, o prédio estava ainda em construção. Por ser de cobertura nos dava um certo receio, porque as portas de acesso à Casa das Máquinas e à Caixa d’água não ficavam trancadas. Seria muito fácil termos “visitas” desagradáveis usando esse caminho.

Por isso, sempre que saía de casa, trancava todas as janelas e portas da parte de cima.

Na época, o Antônio fumava e ele só o fazia lá no terraço.

Um dia, ao sair para as compras, tranquei o castelo às sete chaves, sem perceber que o Antônio ali estivesse.

Bati perna por uma hora e meia, mais ou menos, e quando voltei, por “sorte minha”, tudo já estava calmo.

O Antônio, ao perceber que estava trancado e com compromisso de hora marcada, foi para a grade do terraço para pedir socorro. E ficou vigiando até que viu a Luzia que morava no segundo andar. Aí ele gritou por ela, acenando com a mão. Ela correspondeu, achando que era um cumprimento. Mas como ele continuou a gritar, dizendo que estava preso, Luzia começou a matutar como o tiraria dali, no décimo segundo andar! Tranças ele não tinha! A sorte foi que um dos nossos filhos apareceu e tirou o Rapunzel de sua torre!

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 11/07/2006
Reeditado em 11/07/2006
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