Vestido curto em uma faculdade
Dia desses, mais precisamente no dia 23-09 do corrente ano, estava assistindo a um telejornal quando uma reportagem me chamou a atenção, em que cerca de 700 alunos da Universidade Bandeirantes (Uniban), de São Bernardo do Campo, São Paulo, se revoltaram contra uma aluna de 20 anos do curso de turismo, por ela estar trajando um vestido muito curto.
As imagens mostravam um tumulto, com assédios e xingamentos. Foi preciso seguranças e policiais cobrirem a aluna com um jaleco e a escoltarem até a saída do campus da faculdade, por temerem uma violência contra a mesma. Rapidamente a faculdade e a aluna ficaram conhecidas em todo o Brasil. Viraram notícia também em alguns países, onde pessoas se manifestaram contra e a favor.
Esse fato me fez voltar à época de Jesus Cristo, quando levaram até Ele uma mulher adúltera. Foi quando Jesus Cristo disse, que quem não tivesse pecado que atirasse a primeira pedra. E como ninguém atirou a primeira pedra, Jesus disse para a mulher, que fosse em paz, mas que não pecasse mais.
A Rede Globo de Televisão foi a primeira emissora a reportar a situação. Um renomado educador foi entrevistado duas vezes ao vivo no jornal Hoje sobre o caso, e disse na primeira entrevista que a moça estava correta, que os alunos é que foram intolerantes, e na segunda entrevista disse que a faculdade agiu errado ao expulsar a aluna, e que em um ambiente escolar deve haver discussão e tolerância.
O jornal Hoje fez duas enquetes aos telespectadores. A primeira, se a aluna agiu certo ou errado ao ir para a faculdade com aquele vestido. Mais de 70% responderam que a aluna agiu certo. A segunda enquete, se a faculdade agiu certo ou errado em expulsar a aluna. Mais de 73% responderam que a faculdade agiu errado.
A verdade é que ela quase foi lixada, e saiu desmoralizada pelos próprios colegas. Estava se vestindo mal ou inadequado para um ambiente escolar. As pessoas não podem sair por aí peladas ou mostrando as parte íntimas como se fossem ingênuas. A Faculdade coube a incumbência de abrir uma Sindicância para apurar o fato. O caso foi parar na Delegacia de Polícia e posteriormente na Justiça, onde a aluna alega que sofreu danos morais, constrangimento ilegal etc., e ainda vai pedir indenização a Faculdade.
A Faculdade agiu errado ao expulsar a aluna, e por isso voltou atrás. Advogados da Faculdade disseram que a estudante causou um tumulto, não pela vestimenta que estava usando, mas por ter levantado o vestido e provocado os alunos. A aluna não teve a intenção ou não pensou nas conseqüências, estava apenas querendo se mostrar. Mas mesmo sendo uma atitude imoral ou ato obsceno, ela primeiramente deveria ser advertida ou orientada, pois não se trata de nenhum crime ou um agravante qualquer. E a estudante também foi vítima; vítima da intolerância.
Mas esse caso de exibicionismo de uma mulher não é isolado. É consequência da supervalorização do corpo feminino pela mídia, telenovelas, revistas, etc. E por isso as mulheres querem mostrar o corpo como fetiche de sedução; e estão todas querendo ser modelos. Uma mulher bela está cada vez mais exigente para se casar, arrumar um emprego, etc. A beleza está se tornando um artigo de luxo e de investimentos. Os homens estão sendo dominados não pelo amor ou sexo, mas pela vaidade feminina; e os relacionamentos entre homens e mulheres estão cada vez mais difíceis. E muitos casamentos estão acabando por ciúmes devido a liberdade sexual da mulher cada dia mais evidente.