Que loura gostosa!

Não estou propriamente de férias. Como aposentado, não trabalho. Por não mais trabalhar, perdi o direito às férias. Uma pena. Na “expressão carinhosa” de um ex-presidente da República, hoje sou um “vagabundo”. O homem que classificou os aposentados de “vagabundos” faz falta nos dias atuais. Lembro-me de sua administração com saudoso respeito.

Imitando o presidente “Luiz Viajando Lula da Silva”, que não pára de viajar, passo alguns dias em Fortaleza, a agradável capital do estado do Ceará.

Aproveito essa estada para sentir as dificuldades do cearense e avaliar-lhe as agruras cotidianas. Aqui, na terra de José de Alencar, como em Brasília, onde moro, a violência urbana e o desemprego campeiam. Igualzinho à maioria das cidades brasileiras, em que a miséria fez morada e a crueldade dos bandidos assemelha-se à quase tirania dos governantes.

Apenas nas estatísticas oficiais lê-se o contrário; segundo elas, o “inferno” vem se transformando para melhor, chegando à perfeição em alguns setores, como o da Saúde, nas palavras grandiloquentes do presidente da República.

Palavras pomposas, rebuscadas ou arroubos eleitoreiros e irresponsáveis?

As últimas seriam melhor aplicadas.

O povo, nas ruas castigadas pelo sol escaldante de Fortaleza, demonstra o sofrimento comum ao nordestino, sempre disposto a eleger políticos que lhe exploram a inocência, afagando-lhe as dores com pequenas esmolas, como o Bolsa-Família, por exemplo, “cabo eleitoral” que garantiu a continuação do Lulismo, coisa que muitos se arrependerão no futuro.

Aqui em Fortaleza, não é diferente do Rio de Janeiro, Brasília ou Recife. A violência cresce, assusta, apavora, sem soluções à vista. O crime, bem organizado, modestamente organizado ou precariamente organizado supera as ações policiais dos governos.

As promessas de providências inibidoras do crime, de proteção às famílias, fazem parte de um “cardápio” baseado em receitas mal elaboradas, com tempero político, mas, quase sempre, insípidas.

Ninguém resolve o problema da violência. Falta vontade política.

Permito-me, limitando-me à minha insignificância como especialista em segurança, sugerir o seguinte: Que tal uma Lei para proibir as indústrias de motocicletas de fabricá-las com assento para o “carona”? A medida evitaria o seu uso por mais de uma pessoa. Nos assaltos, o carona é sempre o assassino.

Assemelha-se ao mordono nos romances policiais de Aghata Cristie.

Com essa pequena contribuição visando à melhoria da segurança pública, fico por aqui. Também, neste ponto, encerro esta crônica, pois o mar me aguarda e os caranguejos me esperam ao lado de “uma loura suada” e bem geladinha.

Que loura gostosa!