BOLHAS DE SABÃO
Meu filho e eu brincávamos na varanda. Víamos o céu azul e as montanhas! Dava pra ver a ponta de cada uma delas... O céu... O céu estava limpinho! Quando há chuva onde moramos podemos nos precaver de alguma forma porque antes que ela chegue até nós as nuvens grossas e negras encobrem os grandes paredões. Nada se vê. Certeza de água. Muita água.
Brincávamos com bolhas de sabão! Elas subiam e subiam! Meu filho gargalhava ao vê-las subir e tentava apanhá-las. De vez em quando, algumas voavam em direção ao seu nariz. E ele ria. Olhava para aquela pessoinha tão leve e compenetrada nos mistérios das bolhas e pensava como a vida é feita realmente de coisas pequenas e leves!
Simples bolhas de sabão.
São como sonhos ligeiros que alçam voo largo, entretanto, ao maior vacilo, um vento mais forte, um obstáculo, um pequeno dedo de criança e zás... Desfaz-se a bolha, desfaz-se o sonho.
São como sonhos impossíveis que nos levam aos lugares mais distantes, contudo, uma corrente, uma parede, uma grade, outro dedo de criança e zás... zás... Desfaz-se outra bolha, desfaz-se outro sonho.
São como amores da adolescência: irresistíveis, enigmáticos, desassossegados e, de repente, uma mãozinha e um sorriso sincero desfazem mais meia dúzia de bolhas.
Bolhas de sabão ao encontro de dois pequenos olhos curiosos.
São como bolhas de sabão, pensei...