BOLHAS DE SABÃO

Meu filho e eu brincávamos na varanda. Víamos o céu azul e as montanhas! Dava pra ver a ponta de cada uma delas... O céu... O céu estava limpinho! Quando há chuva onde moramos podemos nos precaver de alguma forma porque antes que ela chegue até nós as nuvens grossas e negras encobrem os grandes paredões. Nada se vê. Certeza de água. Muita água.

Brincávamos com bolhas de sabão! Elas subiam e subiam! Meu filho gargalhava ao vê-las subir e tentava apanhá-las. De vez em quando, algumas voavam em direção ao seu nariz. E ele ria. Olhava para aquela pessoinha tão leve e compenetrada nos mistérios das bolhas e pensava como a vida é feita realmente de coisas pequenas e leves!

Simples bolhas de sabão.

São como sonhos ligeiros que alçam voo largo, entretanto, ao maior vacilo, um vento mais forte, um obstáculo, um pequeno dedo de criança e zás... Desfaz-se a bolha, desfaz-se o sonho.

São como sonhos impossíveis que nos levam aos lugares mais distantes, contudo, uma corrente, uma parede, uma grade, outro dedo de criança e zás... zás... Desfaz-se outra bolha, desfaz-se outro sonho.

São como amores da adolescência: irresistíveis, enigmáticos, desassossegados e, de repente, uma mãozinha e um sorriso sincero desfazem mais meia dúzia de bolhas.

Bolhas de sabão ao encontro de dois pequenos olhos curiosos.

São como bolhas de sabão, pensei...

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 22/10/2009
Código do texto: T1880311
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