Meu pastor, meu político?
gostaria de fazer minhas, as palavras do Apóstolo Paulo, transcritas no capítulo treze, versículo dois, de sua Primeira Epístola aos Coríntios.
Desejo usá-las, com a devida vênia do amado Apóstolo, porém acrescentando uma sentença, que imagino ser o pensamento de todos os brasileiros.
O autor de tão expressivas cartas, diz: “... ainda que tivesse o dom de profecia, e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, e ainda que tivesse toda a fé, de maneira tal que transportasse os montes...”;
eu, pois, substituo uma parcela do texto sagrado, complementando-o assim: não acreditaria no político, mesmo sendo ele um pastor evan-gélico.
Paulo diz que “o amor é benigno; sem inveja, sem leviandade, sem soberba; porta-se com decência, é desinteressado, não se irrita, não suspeita mal; não tem prazer na injustiça e deleita-se com a verdade”.
Político algum reúne essas qualidades. Nem mesmo os pastores, hoje mais praticantes dos ensinamentos de Maquiavel e menos seguidores dos Evangelhos e da pregação do Apóstolo dos Gentios.
O pastor, enquanto político, no exercício de sua atividade pública, é falso, mentiroso, leviano, volúvel… corrupto.
O político, como pastor, exibe as mesmas qualidades, porque a ele interessa mais o poder, o usufruto das regalias públicas, o privilégio da impunidade.
O político não se deleita com a verdade; ao contrário, irrita-se quando confrontado com ela, parecendo desconhecê-la.
A tentação de ser político está presente nas igrejas de hoje. Os pastores abandonam o “chamado” e aderem à política, por considerá-la mais vantajosa.
Bastante lucrativa.
Como se sentirá um pastor eleito para um cargo político, participando de jogos de cartas marcadas, de puro interesse, não raro eivado de irregularidades? Como pregará a Palavra de Deus, que fala de amor, honestidade, vida ilibada, sem mácula, se ele não mais a pratica? Que dirá do tempo antes dedicado à igreja e agora dividido com a política? A quem pertencerá a maior parte desse tempo? Qual será o nome mais mencionado em suas palestras? O de Jesus ou do presidente da República, de um senador ou de um deputado qualquer?
O chamado de Deus foi para tornar-se pastor, pregador da Palavra, conselheiro, e não um político. Ao mudar de rumo, renega a vocação que antes dizia possuir, estará “roubando” o tempo da igreja, que por certo ficará desfalcada, destinada a crescer vagarosamente e a se fortalecer menos ainda.
Quando aderem à política, os pastores deixam de investir no reino do Céu. Transferem seus investimentos para o reino da Terra, de onde emanam a desobediência, a desonestidade, a violência, as desigualdades sociais... o pecado.
Meu pastor, meu político?
Nunca!