O BEIJO

Mas não havia prometido o tal beijo? Não tinha? Por que a pressa em tê-lo? É preciso ter calma. Não entendia a ansiedade de ter aquele beijo... Era um beijo apenas. Um estalar de bocas. Um toque de lábios. As novelas mostram o tempo todo.

Na hora certa o daria.

Recusava-se a contrariedades.

E tinha personalidade. Não daria não. Agora não!

Era apenas um beijo. Vira no cinema. Um beijo. Um homem de chapéu branco e uma mulher com um lenço nas mãos. O filme era preto e branco. Imagine, preto e branco.

Prometera o beijo e não sabia o porquê de prometê-lo.

Pensou novamente nas novelas. No encontro dos enamorados os beijos mais quentes e demorados. Quase não se via o rosto. O que se via mesmo eram as bocas, grudadas, duas em uma. A respiração forte e o coração aos pulos, a garganta seca, os olhos deviam estar fechados e as pernas, decerto tremiam... Pensou no beijo. Um beijo quente que derretia os sentidos. Um beijo e um arrepio. As sensações várias lhe invadiam o corpo.

Prometera o beijo e não sabia o porquê de prometê-lo. Ah! O beijo

Daria.

CAMPISTA CABRAL
Enviado por CAMPISTA CABRAL em 17/10/2009
Código do texto: T1871413
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