O BEIJO
Mas não havia prometido o tal beijo? Não tinha? Por que a pressa em tê-lo? É preciso ter calma. Não entendia a ansiedade de ter aquele beijo... Era um beijo apenas. Um estalar de bocas. Um toque de lábios. As novelas mostram o tempo todo.
Na hora certa o daria.
Recusava-se a contrariedades.
E tinha personalidade. Não daria não. Agora não!
Era apenas um beijo. Vira no cinema. Um beijo. Um homem de chapéu branco e uma mulher com um lenço nas mãos. O filme era preto e branco. Imagine, preto e branco.
Prometera o beijo e não sabia o porquê de prometê-lo.
Pensou novamente nas novelas. No encontro dos enamorados os beijos mais quentes e demorados. Quase não se via o rosto. O que se via mesmo eram as bocas, grudadas, duas em uma. A respiração forte e o coração aos pulos, a garganta seca, os olhos deviam estar fechados e as pernas, decerto tremiam... Pensou no beijo. Um beijo quente que derretia os sentidos. Um beijo e um arrepio. As sensações várias lhe invadiam o corpo.
Prometera o beijo e não sabia o porquê de prometê-lo. Ah! O beijo
Daria.