Dª Maria Caramujo

Compramos uma casa na Rua Bahia e, depois de uma razoável reforma, ela nos serviu por um bom tempo. A família foi aumentando mais do que havíamos planejado e nossa casa ficou pequena. Resolvemos fazer uma experiência, morando em apartamento. Alugamos uma cobertura num edifício na Praça da Catedral e foi do agrado geral. Além do apartamento ser excelente, tínhamos a Praça, onde os meninos iam brincar à tarde.

Eu sempre gostei daquele “pedaço”, onde passei grande parte de minha vida. Como a experiência deu certo, tomamos a decisão de construir apartamentos no lugar de nossa casa. O Antônio pediu à inquilina que agilizasse a mudança, pois todas as frações do futuro condomínio já estavam vendidas e as providências para a construção já estavam encaminhadas. Mas Dª Maria fazia-se de surda. Cada vez, ela se esquivava com uma desculpa e foi “enrolando” como pode. Os compradores, pressionando, queriam o início da obra! A situação foi-se agravando e Dª Maria não se movia. O Antônio tentava persuadi-la e nada conseguia.

Um dia, ele teve uma idéia. Seria a última cartada. Procurou-a e, amavelmente, falou-lhe da necessidade de começar a obra, que estava prevista para durar 6 anos e o planejamento feito teria que ser cumprido. Ela não pagaria o aluguel daquele mês e ainda poderia levar a casa para ela! Poderia levar tudo, pois o interesse da turma era somente o lote! E não é que funcionou? Naquela semana mesmo, Dª Maria Caramujo, feliz da vida, mudou-se e levou a casa com ela!

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 01/07/2006
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