Arco-íris
Sorrir. Cantar. Ir ao infinito. Buscamos eternamente o pote de ouro e claro, eternamente nos esquecemos do arco-íris. Lembro dos dias do tal casamento da raposa, quando a garoa leve molhava o rosto que tinha olhos brilhantes de encanto e esperança, chuva leve, sol esquentando a face, arco-íris nítido sobre o céu, formando a coroa perfeita de minha imaginação, pensava no dia, no momento, respirava o ar puro, me encantava, me apaixonava e me esquecia de tudo isso ao ver um redemoinho passar, procurando dentro o tal demônio que girava catando poeira e folhas na rua. Simples, como se pode ser, como se é a receita, de ser feliz, de chegar lá, de conseguir algo, de ficar tranqüilo, de amar. Sorria, cantava, e sentia o arco-íris sobre meus pensamentos, logo cresci, os pensamentos cresceram, a ambição e então quebrei o arco-íris, as cores se despedaçaram sobre meus pés, se tornando passarelas sem sentido para busca insana ao ouro, a felicidade, ao amor. Como crescemos e deixamos o melhor da vida para trás, absurdo, ainda tenho meus olhos de criança, ainda vejo sim o arco-íris, apenas me distrai com o redemoinho de minha vida, o demônio juntou o pó de minhas angustias e me deixou confuso com seus ciclos sem fim em direção a perda da vida, mas agora vejo, claro e nítido, cato os cacos e remonto o as cores no céu, colo com sonhos, imagino e respiro aliviado, que se dane o ouro, o que procuro no fim das contas, não se pode comprar mesmo. Quero palavras limpas, livres de perguntas ou respostas, soltas de compromisso, libertas da gratidão, isentas de valor ou de divida, palavras minhas, para mim, vindas de mim, somente palavras, vagas e alegres, meigas e sensíveis, cheias de paz, nada precisam dizer, bastam penetrar a alma e afogar os maus pensamentos. Ainda busco o céu cheio de estrelas, mas ao menos já vejo o arco-íris e sei que se o dia clareou, a noite se iluminará, espero sorrindo, cantando, e vou indo ao infinito.
Sorrir. Cantar. Ir ao infinito. Buscamos eternamente o pote de ouro e claro, eternamente nos esquecemos do arco-íris. Lembro dos dias do tal casamento da raposa, quando a garoa leve molhava o rosto que tinha olhos brilhantes de encanto e esperança, chuva leve, sol esquentando a face, arco-íris nítido sobre o céu, formando a coroa perfeita de minha imaginação, pensava no dia, no momento, respirava o ar puro, me encantava, me apaixonava e me esquecia de tudo isso ao ver um redemoinho passar, procurando dentro o tal demônio que girava catando poeira e folhas na rua. Simples, como se pode ser, como se é a receita, de ser feliz, de chegar lá, de conseguir algo, de ficar tranqüilo, de amar. Sorria, cantava, e sentia o arco-íris sobre meus pensamentos, logo cresci, os pensamentos cresceram, a ambição e então quebrei o arco-íris, as cores se despedaçaram sobre meus pés, se tornando passarelas sem sentido para busca insana ao ouro, a felicidade, ao amor. Como crescemos e deixamos o melhor da vida para trás, absurdo, ainda tenho meus olhos de criança, ainda vejo sim o arco-íris, apenas me distrai com o redemoinho de minha vida, o demônio juntou o pó de minhas angustias e me deixou confuso com seus ciclos sem fim em direção a perda da vida, mas agora vejo, claro e nítido, cato os cacos e remonto o as cores no céu, colo com sonhos, imagino e respiro aliviado, que se dane o ouro, o que procuro no fim das contas, não se pode comprar mesmo. Quero palavras limpas, livres de perguntas ou respostas, soltas de compromisso, libertas da gratidão, isentas de valor ou de divida, palavras minhas, para mim, vindas de mim, somente palavras, vagas e alegres, meigas e sensíveis, cheias de paz, nada precisam dizer, bastam penetrar a alma e afogar os maus pensamentos. Ainda busco o céu cheio de estrelas, mas ao menos já vejo o arco-íris e sei que se o dia clareou, a noite se iluminará, espero sorrindo, cantando, e vou indo ao infinito.