DIA DA MELHOR IDADE

Prof. Antônio de Oliveira*

No demonstrativo do mês, a Unimed faz um lembrete: Dia 27 de setembro,

dia da melhor idade. Parece que essa designação foi criada para aliviar a semântica de uma realidade que até então se dizia terceira (e última) idade.

Pensando bem, a realidade não obedece a eufemismos, estereótipos ou lugares-comuns, mesmo bem-intencionados, positivos e alentadores, modismos no falar.

Haverá melhor idade? Em realidade, melhor idade é aquela em que se vive assim, “melhor”, sobretudo em família, com saúde, em paz e com razoáveis recursos materiais. Em suma, com qualidade de vida, sem a neurose de emagrecer. Ou, se com sofrimento, doença, por exemplo, perdas humanas e materiais, sem apenas a clássica resignação: Foi Deus... ou, como já ouvi dizer, quem passou pela vida e não sofreu passou pela vida e não viveu. Também não basta pagar o dízimo, pagar promessas e dizer: Senhor, Senhor!

Viver é um fenômeno existencial no grande ciclo da vida do universo.

Isso não deve significar individualismo, mas individualidade.

Por isso, a qualidade de vida depende também - e como! - dos governos e da sociedade. Nossos homens públicos deviam pensar no povo, não apenas no seu povo (nepotismo). E também os tidos pela sociedade e pela justiça humana como desonestos, ladrões, assaltantes, terroristas, criminosos,

bem que podiam se converter ao bom senso, deixando o mundo em paz.

Afinal, se alguém não pode ajudar, que pelo menos não atrapalhe.

Mas tenho convivido também com pessoas, inclusive jovens, que, pela sua capacidade de servir, profissionalmente ou não, me deixam envergonhado.

Para essas pessoas, a esperança é a luz do viver e o servir, um exercício constante e criativo, tantas são as necessidades e carências do próximo.

E não é preciso ser uma Madre Teresa de Calcutá!

Melhor idade... Qualquer idade serve para alguma coisa, pelo exemplo de vida e bons conselhos. Seja num asilo, num spa, nas ruas, em casa, sozinho ou Conduzindo Miss Daisy, uma orgulhosa sulista norte-americana que pôde encontrar um amigo e confidente na pessoa de seu motorista negro (Morgan Free). Driving Miss Daisy, assunto ‘em tela e na tela’, é um exemplo de arte e solidariedade, e de vida, envelhe-cendo e envelhe-sendo.

“Não vim para ser servido, mas para servir”. Quem disse isso? Quem?...

Como página virada, até de um minuto atrás,

“o tempo passou na janela e só Carolina não viu”.

– E você, você viu?

A idade não está no tempo, mas no interior da gente.

*Coordenador e Supervisor da Consultoria Acadêmico-Educacional (CAED). Técnico em assuntos educacionais há 30 anos, com experiências no serviço público e na atividade privada. Mestre pela Universidade Gregoriana de Roma. Realizou estágio pedagógico em Sèvres, França. É graduado em Estudos Sociais, Filosofia, Letras, Pedagogia e Teologia. Pesquisador e consultor, presta assessoria, dentre outras instituições, à ABMES, Associação Brasileira de Mantenedoras do Ensino Superior, sendo responsável pela montagem do Anuário de Legislação Atualizada do Ensino Superior. Ministra também cursos de legislação do ensino superior.

aoliveira@caed.inf.br - www.caed.inf.br

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 21/09/2009
Código do texto: T1823716
Classificação de conteúdo: seguro