ESCREVER CORRETAMENTE. A TROCO DE QUÊ?

ESCREVER CORRETAMENTE. A TROCO DE QUÊ?

020.603

Sumário

As dificuldades para escrever a própria língua provocam as explicações usuais:

a – apesar de erros o texto continua compreensível;

b – os erros gramaticais não refletem a mensagem escrita;

c- as falhas de escrita não comprometem o pensamento transmitido;

d – escrever com lapsos não significa desconhecer o tema abordado;

e – outras explicações do gênero.

As assertivas acima representam tendências ao descuido no escrever, na proporção em que o redator vai negando mais os benefícios do aproveitamento do potencial da linguagem.

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Sabes das enormes dificuldades para escrever corretamente a própria língua diante da imensa riqueza de vocabulário, como também do imenso potencial de construções gramaticais, ambas as imensidões contidas na Ortografia da Língua Portuguesa.

Não obstante, os obstáculos não devem ser justificativas de erros cometidos; ao contrário, devem ser motivos de estudos e pesquisas para apreendê-los, aprender e superá-los.

Muitas vezes têm cabido as explicações usuais:

a- mesmo com erros o texto é perfeitamente compreensível;

b- os erros gramaticais não refletem a exatidão da mensagem escrita;

c- as falhas de escrita não comprometem o poder do pensamento transmitido;

d- escrever com lapsos não significa desconhecer o tema abordado;

e – outras explicações do gênero.

Estas assertivas representam uma tendência ao descuido no tratamento à poderosa ferramenta que é a linguagem escrita, uma tendência que se acentua na medida em que o redator, inconscientemente, aumenta sua negação aos benefícios decorrentes do melhor aproveitamento do potencial da linguagem como meio de expressão bem como amplia seu desconhecimento dos malefícios provocados pela linguagem defectível.

Com muita certeza já estás a pensar a qual lugar chegarás se continuares a ler estas linhas.

Com segurança atingirás seu final.

E que proveito terás tirado? Algum? Nenhum? Depende exclusivamente da atenção que dedicares às palavras lidas e à mensagem que transmitem nas linhas que as sustentam.

Entretanto, as entrelinhas poderão ter outros objetivos, cada vez mais subjetivos na proporção em que as palavras redigidas contenham mais de que seu significado intrínseco; portanto, se assim estiver construído, o texto perderá, progressivamente, sua objetividade, tornar-se-á cansativo e o leitor não desejará outro envolvimento que não o de ler sua última palavra, isto é, se estiver com paciência para atingi-la.

Por outra via, é incrível e natural a capacidade latente em cada leitor para otimizar seus dispêndios energéticos, eis que ler consome atenção e tempo, fatores atuais e que têm custos comumente entendidos como elevados.

Por isso:

- Se o assunto não elevar o nível volumétrico dos reservatórios de informações e de conhecimentos, será fatal seu lançamento à cesta da cultura inútil;

- Se promover um chamamento a leituras posteriores de mais páginas, não escapará de receber o qualificativo de assunto incompleto;

- Se exigir re-leitura terá o timbre de complicador.

Em síntese, cada tema açambarcado terá de ter o condão de exaurir-se em si próprio, para maximização de resultados.

Esta conclusão é inútil, incompleta e complexa, porque admitir, de chofre, que estas linhas conduzir-te-ão à procura incessante de textos similares e mais profundos pressupõe a atribuição de objeto inconsistente ao título deste texto.

A proposição é singela: nos textos onde habitarem dúbios sinais gráficos e letras, colocar esses esse, xis, ce cedilha, ... , esses ponto, ponto-e-vírgula, vírgula, ... , esses acento, til, crase, etc., ... , em seus exatos lugares, de modo que, uma vez ali colocados, não requeiram o concurso de terceiras pessoas para que se façam inteligíveis, concisos, claros, simples e objetivos.

E nem falemos da sintaxe para não te perturbar!

Às vezes, erudição nada revela, apenas esconde ou confunde!