Morte, vestibular da vida.

Ouvi dizer que a morte é o vestibular da vida, e que todos pensam ser eternos. Na verdade, desde que nascemos ouvimos dizer muitas coisas das quais acredito que pouquíssimas sejam úteis. Aprendi que o ser humano é movido a ganhos secundários, mesmo que inconscientemente, na verdade, quem não é na natureza. Dor e prazer são ferramentas de nossos comando centrais que nos induzem a isso ou aquilo, de acordo com o mais conveniente. Mas se aceitar que de fato a morte é um vestibular da vida, acredito que vou reprovar varias vezes, pois não estudei ainda suficientemente para estar apto a responder questões as quais tantos perderam a vida buscando respostas. Falando sério, vamos deixar as coisas em seu lugar, na vida trato da vida, e bem, a morte, deixe ela por lá. Admito ser um estudante lá dos mais preguiçosos e tudo bem, não chego ao extremo de fazer parte desta enorme turma que se denominam eternos, ou no mínimo, passam a pastar os campos da ignorância retrógada e sem o mínimo caráter evolutivo uma existência medíocre sem pensar na morte, e claro, muito menos na vida. Acredito que os mistérios da vida sejam tão extraordinários quanto a morte, por isso me atento a perceber tanto o que me rodeia enquanto presente aqui, meu guia é o experimento diário dos sabores, prazeres, sentimentos, degustando meus dias vou saboreando a vida, sempre sem me perguntar qual será a sobremesa, pois o desfrute de estar já me basta. Entre tantos não quis nada, nenhum, me retirei das palavras e recolhi meus pensamentos, apenas no intento de melhor compreender para participar efetivamente da ciranda seja ela como fosse. Muitos não agradecem a dádiva da vida, humildemente as forças superiores sou grato a cara suspiro, seja por osmose ou por amor, no paladar, no gosto intenso, no rubor das faces, no desejo estampado nos lábios, na cobiça dos olhares, do fogo ardente do querer sem limites, sou grato e vivo intensamente por esta vida, sem desmerecer seu fim seja fatídico ou brilhante. Me conforta as saber que sei, não, não sei dos segredos, dos mistérios, dos conhecimentos, apenas sei, sei que não sou em vão, sei que não vim ao acaso, sei que sou mais que o saber, afinal se o tenho sou seu detentor, o saber me saboreia e me espreita, no desejo que eu o possua, tantos não o fazem, e eu, cirando então giro a sua volta, me encanto, me deixo encantar, desprezo e namoro, assim vivo, apenas no meu saber, de que sei o que me é suficiente no momento, para que não enxergue tão longe a ponto de esquecer o que me rodeia e não viver o agora, e que não saiba tanto ao meu redor a ponto de me desprender deste mesmo momento e buscar tal infinito sem resposta imediata. Por fim, no dia da prova, juro, vou improvisar.