BRINCAR, BRINCANDO

E eu o que diria de minhas palavras, contadas conta a gota, com frases, com letras, letradas, em versos ou em frases, e com certeza um pedaço do que deixo sair, brincando, com o que sinto, e com o que penso... O que mais temo de mim mesmo, a alma frágil vestida de armadura, onde os meus sentimentos são meus, onde as minhas ações, nem sempre me reflete naquilo que sou. O que mais primo, vive dentro do que guardo e acredito, mas o que faço, faço por vezes por que não me compete pedir compreensão, e até mesmo ilusão. Maior dor me causa o ter presenciado a miséria humana nos cantos da cidade, sem piedade e sem adornos. Nos rostos pedintes pedindo piedade e São Francsico nem aparece mais por aqui, o que vi foi uma polícia sedenta jogando bombas, espancando os miseráveis e desalojando de suas confiscadas moradias.

Compreensão não existe para mentes incompreensíveis... Jogadas, largadas, a não normalidade. Há um eu dentro de mim que chora, sente, ri, mas é tão intenso que o mundo não partilha.

Poderia até imitar o poeta "eu sou como a garça triste que morar a beira dos rios" Onde a minha maior prisão é pela liberdade de dizer quem sou, onde o mundo pareça tão grande, onde ele é tão pequeno. Sabe o que sinto o que penso, o que vejo e o que escuto, dói, porque eles não têm voz, a não ser dentro de mim. E eu que rezo o sermão da montanha