Crônicas terminais I

Nove dias, doze horas e quatorze minutos. Já faz um bom tempo que não durmo. Mas o sono já não me vem como antigamente, são sete e meia da manhã e estou mergulhado num mar de jornal e café, mas não consigo me focar na leitura. Leio sim por hábito. Meu café esta ficando frio, tão frio como essa gelada manhã de inverno. Café puro, sem açúcar, acho que é ele que me mantém acordado.

Paro para pensar. Descubro que sinto falta de dormir, mas não para descançar, mas sim para sonhar e acordar no outro dia e não se lembrar. Mas o que é sonhar? Talvez seja apenas o desejo de sono inconsciente, ou serão apenas anseios reprimidos? Há! Já mal sei se estou acordado por inteiro, pareço mais um zumbi, isso sim.

Ou... Ou isso seria apenas um sonho ruim? Um pesadelo... Será que isso poderia ser algum fantasma do passado que voltou para me atormentar? Hahaha... Acredito que não.

Mas se isso é um sonho, o que é realidade? Talvez eu devesse ir dormir, ou será que deveria acordar?

Agora eu vejo esse cenário, sentado na cozinha e olhando para a janela, com um jornal em uma mão e o café em outra, me sinto fraco... Desmaio.

Horas a fio em sono profundo. Por fim um coração para.

A ultima coisa que vejo no jornal, minha ultima visão de sonho ou realidade, me lembro bem o que dizia:

“Sonhos: Desejos dos fracos, ilusões dos sonhadores, meta dos incapazes.

Não sonhe, realize!”

Minari
Enviado por Minari em 26/08/2009
Reeditado em 02/12/2010
Código do texto: T1774837
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