A Senhora de Branco

Julho de 1988. Maria Elena, minha irmã, pagava aluguel, na Asa Sul de Brasília, e pedia a Nossa Senhora para ajudá-la a comprar o apartamento localizado ali perto do seu. Já havia feito alguns contatos na Imobiliária. Todas as semanas, ela comparecia à Caixa para tentar conseguir o empréstimo e voltava para casa, sem uma resposta favorável. Numa dessas semanas, a secretária da Imobiliária, que estava fazendo a negociação, disse-lhe:

- Olhe, você tem que arrumar logo este financiamento. Caso contrário, não conseguirá pagar os juros do financiamento que serão altíssimos. Se você quiser, deverá providenciar toda a documentação e entregar aqui na Caixa até amanhã.

Então, ela foi incontinenti para sua casa, arrumou os papéis e de manhã bem cedo foi para a porta da Agência. Foi rezando e pensando:

- Ficarei lá até conseguir arrumar tudo. Acho que vou ficar na fila por muito tempo, mas ficarei o período que for necessário.

Grande foi sua surpresa, ao chegar na Caixa. Estavam em greve! Não havia fila, não havia ninguém a não ser o Policial, que barrou-lhe a entrada, explicando que só havia expediente interno .

Ela precisou implorar ao Guarda para deixá-la entrar. Era urgente o que iria fazer ali. Com muita relutância do Policial, Elena foi levada até um guichê onde foi atendida por um rapaz. Disse-lhe da necessidade do financiamento para comprar o apartamento. Entregou-lhe a pasta com os documentos que deveriam ser conferidos e levados ao Cartório de Registro de Imóveis, com urgência. Ele, segurando a pasta e sem nada dizer, foi para outra repartição. Enquanto isso, Elena ficou ali, rezando, lendo o jornal “Anunciando Medgorje” e, ao mesmo tempo, pedia e agradecia a Deus.

Não demorou nem cinco minutos e ei-lo de volta com a pasta. Esperançosa, dirige-lhe a palavra:

- Oh, moço, você já conferiu tudo?

Mas ele estava muito transtornado e lhe pergunta:

- Onde está aquela senhora de branco que veio com você?

- Não, moço, eu entrei aqui sozinha!

Ele mostrou-se mais nervoso. Batia com a pasta no balcão e dizia:

-Não, tinha uma senhora de branco com você. Ela me disse que iria ao médico e que voltaria logo!

Elena se defendia que não havia ninguém com ela. Naquela agitação toda, Elena reparou que o Guarda estava encostado num balcão próximo, com a mão no rosto e sorria! Ela apelou para ele:

- Guarda, você me viu entrar aqui sozinha e esse moço está tão nervoso, querendo saber de uma senhora de branco!

No mesmo instante, o Guarda ficou sério, fez continência, sem dizer uma palavra.

- Calma! Eu vou arrumar tudo para você. Mas eu quero saber da senhora de branco que estava em sua companhia, insistia o rapaz . Como Elena negava com convicção, o rapaz, então, bateu a pasta mais uma vez no balcão,dizendo:

- EU É QUE NÃO ENTENDO MAIS NADA!

Em seguida, saiu com a pasta para outra sala e, sem demora, voltou com tudo arrumado.

Nesse momento, entra a secretária da Imobiliária e quis saber o motivo daquele clima tão tenso! Elena explica não saber o porquê da agitação do atendente. Ele só perguntava e insistia por uma senhora de branco!

Como Elena (*) estava precisando de favor, sendo atendida fora do expediente e com a Caixa em greve, não quis fazer nenhuma pergunta.

Quando terminou de preencher os burocráticos formulários, confirmando que tudo estava correto, despediu-se do moço, agradecendo-lhe muito.

Ele, então, já um pouco mais calmo,falou-lhe:

- E a Senhora de Branco? Queria tanto falar com ela!

* Elena, depois de ter comprado o apartamento, voltou para conversar com aquele rapaz e saber sobre a Senhora de Branco de que ele tanto falara, mas a Agência da Caixa não estava mais naquele local.

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 10/06/2006
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