Estou quase no fim

Estou quase no fim...

De minha calma, do meu limite, entendimento, compreensão, paciência, tolerância, estou no fim, de esperar mais um pouco, e o pouco não vem, estou assim, no fim. Não quero mais o mais, mesmo que seja muito mais, quero apenas o que tenho, pois estou no fim, no fim do silencio, da privação, do entender e da tradição, da conformidade, da angustia de não se ser o que é, de não poder ser ou pensar o que se quer, estou quase lá, neste fim. Os valores são desatualizados e em meu universo estas moedas não trocam mais nada, e não quero mais nada disso, pois é claro e evidente, sinto isso, estou quase no fim. Chega de sussurrar aos meios cantos pela penumbra da vergonha e medo, medo de tudo e nada, ser o que sou, como sou, não fui, abri mão esperando o decorrer dos fatos, fiquei e não vi os navios, sequer passaram por mim, mas vi o por do sol, varias e varias vezes, não entendia a mensagem clara, que se punha diante de meus olhos todos dos dias, todo fim de dia, o sol morria, acabava, se apagava para dar lugar a escuridão, para então retomar suas forças e continuar a brilhar no dia seguinte, assim ele é e será até se apagar por completo, e me dizia isso, todos os dias, e não percebi, até agora que estou quase no fim, vou me apagar, vou me desligar de tudo o que tenho e vivo agora, para então, renascer no outro dia, e brilhar novamente, na verdade, estou quase sim, em um novo começo.