O hábito faz o monge?
O hábito faz o monge?
Celso e Miguel eram jovens padres do Sagrado Coração de Maria em Belo Horizonte.
Certo dia resolveram testar suas “verdadeiras vocações” e o “grau de resistência aos prazerem mundanos”.
Tiraram férias e foram passar uns dias em Aruba, com a certeza de que ninguém os reconheceria naquelas bandas.
Já no primeiro dia foram dar uma caminhada pela praia.
De repente aparecem duas lindas jovens e eles tentaram chamar a atenção delas, sem sucesso.
- “Cê” acha que elas desconfiaram que somos padres?
- Claro, “sô”, a gente de sapato de amarrar, calça comprida e de camisa social na praia... é dar muita bandeira.
No mesmo dia compraram óculos escuros, bermudões de surfista, camisa regata coloridona e chinelão de dedo.
No dia seguinte, todo “incrementados”, foram caminhar no calçadão.
As mesmas garotas chegaram. Vestindo, ou melhor, despindo biquínis minúsculos; aqueles corpos branquinhos e cabelos lisinhos provocaram altos pensamentos libidinosos nos dois.
Entabularam conversa, passaram o dia juntos, foram jantar juntos e aconteceu o esperado; foram para o hotel, cada par para em seu quarto é claro. Afinal nem todos os padres mineiros costumam ser tão moderninhos a ponto de propor um “ménage a quatre” logo de cara.
No dia seguinte os quatro se encontraram no café da manhã, Celso e Miguel estavam alegrinhos com as férias que estavam apenas começando.
- Hoje é nosso último dia de férias - disse uma delas - vamos embora à tarde.
- Que pena, e nós estamos apenas chegando - disse Celso - pode ser que não nos vejamos jamais.
- Que tal em Belo Horizonte, depois das férias, disse a outra.
- Uai sô!... que trem bão!... mas como “cês” sabem que somos de "Belzonte" - perguntou Miguel - será que é pelo sotaque ou porque estou comendo um “quijim” ha ha ha !!!
- Não... Não é nada disso, padre Miguel e padre Celso, eu sou a freira Lourdes Maria e ela é a irmã Terezinha lá do Sagrado Coração.
Wilson Pereira – jun/09