Os Argonautas

Formidável! Ter-me esquecido de comprar antecipadamente minha passagem no ônibus executivo da São Geraldo em véspera de Natal foi algo “maravilhoso”. Eu já estava temendo a viagem que agora teria de ser feita no famigerado ônibus comercial de outra empresa, que ao invés de aproximar distâncias (2), as aumenta exponencialmente em terríveis agruras intermináveis. O que seria uma distância de “somente” quinhentos quilômetros acabaria se transformando numa experiência inesquecível, na mesma medida que traumática. Eu estava determinado a ir para Caetité o mais rápido possível. Depois de um ano letivo muito estressante, o que eu queria era chegar em casa e relaxar. Iria encarar essa aventura a qualquer preço. Lembrei-me do meu primo dizendo:

– “Esse ônibus – o ônibus comercial da outra empresa – é bom, pois chega cedo lá”.

Fiquei um pouco mais aliviado.

Logo para começar, o horário... Teria que sair de Itabuna de madrugada, mas tudo bem. Chegaria – em tese – cedo em casa. Acordei às três e quinze, terminei de arrumar a mala, tomei café, troquei de roupa, tomei um táxi na praça e fui para a rodoviária. No caminho o taxista reclamava do fraco movimento do Natal. “Muita recessão”. Concordei com ele. Chegamos à rodoviária, paguei a corrida e desejei Feliz Natal. Não demorou muito e logo apareceu um funcionário da empresa no guichê. Comprei minha passagem e fui esperar por minha condução na velha plataforma de sempre. Pontualmente, para minha surpresa e mal-presságio do que viria acontecer, às quatro e meia da manhã ele chega. O seu aspecto não era tão assustador como das outras vezes. Parecia um pouquinho melhor que os demais ônibus da empresa. O itinerário: ITABUNA – BOM JESUS DA LAPA. Entraram comigo no ônibus um policial militar, um rapaz, uma senhora com sua filha e uma boneca Emília. Quando a senhora foi colocar a mala no bagageiro, foi advertida pelo próprio motorista:

- É melhor a senhora levar essa mala lá em cima mesmo, esse bagageiro está muito sujo.

Imagine...

Sentei-me numa poltrona e quando alcançamos a saída da cidade eu caí no sono. Dormia profundamente e não posso definir com exatidão quantos passageiros entraram ou saíram no meio da estrada, pois apesar de ser um ônibus intermunicipal, pára costumeiramente para passageiros no meio da estrada. Peculiaridades...

Assim o ônibus foi andando sem mais problemas até que fui acordado de repente pelo grito da senhora:

- Pára esse negócio!

Sacudi os sonhos dos meus cabelos e tentei entender o que estava acontecendo. Senti um cheiro forte de fumaça, que estava saindo da frente do ônibus e vi os passageiros saírem apressados com suas bagagens. Peguei minha bolsa e saí também. Só lá fora pude observar que a fumaça saía da roda. O motorista e o cobrador a examinavam detidamente. A senhora, nervosa, conversava em voz alta com o rapaz. O policial ficou na beira da estrada com mais dois passageiros novos que entraram no percurso. O policial pegou o primeiro ônibus que passou e se foi. Os outros dois esperaram um pouco e foram logo depois, em outro ônibus. Enquanto isso, o motorista dizia que o problema era a “roda muito regulada” e que “se desregulasse um pouco” tudo se consertaria. A senhora retrucava:

- Eu não entro mais aí! Com essa fumaça aí, não! Vamos esperar um pouco mais.

O motorista colocou um macaco e começou a tirar a roda. Constatou que estava mesmo quebrada. O rapaz se aproximou com um ar de graça:

- Cara, da última vez que peguei esse ônibus ele quebrou também! Vocês só vivem quebrando, hein?

O motorista foi rápido:

- Em treze anos de profissão, nunca tinha quebrado antes.

Não me contive, gargalhei. Ele simplesmente estava mentindo, e logo na minha presença! Eu que vivi experiências surreais à bordo do “blue bus” (3). Os motoristas são personagens de fundamental importância no macabro serviço da empresa. Eles se encarregam de atrasar a viagem, parar em qualquer buraco, dirigir mal, discutir com passageiros e fazer toda sorte de coisas desagradáveis, oferecendo aos passageiros, dor e “prazer” indivisíveis.

O motorista arranjou carona numa caminhonete e foi buscar ajuda.

O rapaz continuou com o bom senso de humor que lhe era peculiar:

- Eu até tirei algumas fotos no lugar onde quebramos pra guardar de lembrança. Foi num lugarejo chamado Lagoa Seca, eu acho.

A senhora riu às pencas. O cobrador disse que conhecia tal lugar. Por certo já havia parado lá antes em virtude de alguma quebra... A menina ainda sonolenta abraçava a grande boneca Emília.

Eu comecei a caminhar para esticar as pernas. Enquanto isso, todos conversavam. Peguei um livro de Kafka e comecei a ler, era “O Processo”. Não consegui ler muito. Aproximei-me novamente do grupo. A senhora contava os problemas de se morar em frente a uma quadra de futebol.

– Já cansei de furar bolas que entraram pela minha janela, dizia ela.

Continuou:

- Outro dia foi um tiro que atingiu a parede, aí eu fui reclamar com o Coronel do Tiro de Guerra.

Descobri que ela morava em frente à quadra onde eu havia jogado algumas vezes, e que tinha acertado uma bola na janela dessa senhora. Fiquei quieto.

Depois, como passatempo, fiquei arremessando pedras contra um paredão rochoso na curva da estrada. Havia uma fazenda perto, donde podíamos perceber os primeiros movimentos matinais das pessoas. De longe vimos uma mulher de camisola. A senhora comentava:

- Será que tem um cafezinho pra nós?

Um cachorro negro com patas brancas atendeu aos chamados insistentes do cobrador. Começou a latir desenfreadamente. A mulher de camisola incomodou-se com o barulho do cão e o chamou. Era, na verdade, não um cão, mas uma cadela, e se chamava Edna. A senhora viu nisso uma oportunidade de pedir o café. A mulher aproximou-se para chamar Edna. A senhora foi direta:

- Você já coou o café?

A mulher afirmou com a cabeça, saiu e pouco depois voltou com uma bandeja com uma garrafa térmica e vários copos. Todos beberam, menos eu. Não gosto de café.

O rapaz foi até à sua mala e pegou um álbum fotográfico onde estavam as fotos da sua passagem pela Lagoa Seca. Mostrou as fotos em que aparecem ele, alguns passageiros e até o cobrador daquele ônibus. Havia também fotos das gravações de um filme em sua terra natal, Gameleira. O filme era “Os narradores do vale de Javé” e Gameleira é um lugarejo próximo a Bom Jesus da Lapa. Eu pedi para ver as fotos mais detidamente. Ele me perguntou o que eu fazia em Itabuna. Eu disse que era estudante universitário. Ele me disse que era também, que fazia Filosofia. Chamava-se Pedro. Descobri que ele fora aluno de um ex-professor meu e que é colega de um amigo meu.

Depois a senhora começou a relatar um acidente que sofreu na juventude. Pedro atalhou brincando:

- É, então faz muito tempo mesmo. Da época de Chacrinha, da novela Feijão Maravilha, do filme ‘Cyborg, o homem de seis milhões de dólares’, Odair José...

Engraçado.

O sol já estava alto no céu e então fomos nos abrigar perto do ônibus quebrado. O cobrador teve uma idéia genial: abriu os bagageiros e forrou o assoalho com folhas de um Diário Oficial de data recente. Ficamos ali esperando o socorro. Os ônibus que passavam por ali sempre buzinavam, não sei se por cumprimento ou por gozação. Passavam também alguns carros de luxo, estes sem demonstrar sentimentos.

Pouco depois chega o motorista com um ônibus “novo”, que coincidentemente tinha se quebrado um dia antes... Nós embarcamos, ele fechou o outro ônibus e seguimos viagem. Essa segunda etapa foi sem quebras, mas de infortúnios análogos.

Paramos num trecho da estrada, não sei onde, para pegar mais passageiros. Entraram dois sujeitos mal-educados que faziam questão de vociferar acerca de coisas que ninguém poderia determinar ao certo, pois falavam em gírias obscuras que mais pareciam outro idioma. Riam como patetas. No mínimo deviam estar falando pornografias.

- Ah, você tá ligado no movimento “bróder”?, perguntou um.

O ônibus parou na rodoviária de Itapetinga. O cobrador anunciou:

- Cinco minutos para tomar um cafezinho.

Aproveitei para matar a fome, pois eu havia tomado café às 3:30, além do mais o tempo que passamos parados na estrada me deu fome. Uma das coisas boas de parar em Itapetinga é que o lanche é razoável e barato. Partimos.

Quando estávamos chegando à rodoviária de Itambé, fui acordado novamente por gritos, desta vez de outra mulher:

- Menina! Olha só o que você fez! Sujou todo o ônibus!

Procurei saber o que era, olhei para o assoalho perto de onde vinha a voz: vômito. A senhora que estava ao lado da menina que vomitou, visivelmente sem graça, disse:

- Ah, é assim mesmo. Isso acontece...

À medida que seguíamos adiante, o sol ficava mais forte e o cheiro azedo do vômito também. Lembrei-me de uma figura esdrúxula que vendia iogurtes exatamente nesse trecho da viagem. O bordão dele era mais ou menos assim:

- “Iogurte pra ficar fortinho/ mas vai ficar de bigodinho/ pois não tem canudinho”.

Queria ver se ele tinha coragem de vender iogurte nesse ônibus agora...

Chegamos em Vitória da Conquista e a turba amontoada em frente às plataformas de embarque anunciava o tumulto por acontecer. Entrou no ônibus uma quantidade enorme de pessoas, o número eu não sei dizer exatamente. Foram entrando aos poucos, mas de forma tumultuada. Além de se espremer para atravessar o estreito corredor, ainda tinham que se esgueirar para não tropeçar na poça de vômito, agora mais fedorenta ainda. Passavam fazendo caretas, uns tapavam o nariz. Outros, coitados, não viam. E pisavam... Um mais sensato que estava perto do vômito – já devia estar ébrio com o cheiro, meu Deus... – passou a alertar as pessoas. Foram entrando, até que o ritmo da entrada parou vertiginosamente. O motivo: entrava um senhor absurdamente obeso que ocupava todo o espaço do corredor. O seu andar era ao mesmo tempo comovente e cômico. Andava como aqueles zumbis de filmes de terror barato: um passo com a perna direita e o corpo todo se pende para esse lado, com a esquerda, o movimento do corpo mudava de direção, e assim sucessivamente. Ele foi se aproximando e pude notar que tinha os braços curtos como os de um Tiranossauro e as bochechas de um bulldog. Tinha a camisa aberta. Notei também que ao se movimentar, fazia um esforço hercúleo e gemia a cada movimento realizado. Na verdade ele não gemia, grunhia como um porco, era o aspecto também de sua voz. Um conhecido dele que estava sentado no fundo o grita:

- Jaburanga!

Simpático nome. Ele chegou ao meu lado e perguntou:

- Óinc-óinc-óinc-óinc (4)?

Fiz um sinal com a cabeça, e com um grunhido ensurdecedor sentou-se na poltrona. Como seu corpo era imenso, acabou me atingindo na queda. O volume do seu corpo ultrapassava o limite de sua poltrona e vinha me atingir. Seu cotovelo era como um ralador de queijo afiado e com qualquer movimento seu, o mínimo que fosse, fazia-me arranhões, quase incisões, dolorosos. Tinha ele também uma tosse incontrolável, um misto de pequenas explosões e grunhidos suínos, que só cessavam quando ele tomava um comprimido. E esse movimento de tomar o medicamento era sofrível para mim: ao pôr a mão no bolso da camisa para pegar a pílula, seu braço me atingia o rosto. Ah, a camisa aberta... Exalava um cheiro horrendo. A mistura de odores no ônibus criava uma sensação olfativa espetacular: vômito + banheiro fedorento + cheiro de óleo diesel + cheiro de Jaburanga...

Nessa situação calamitosa eu tentei me distrair para não me desesperar, rir para não chorar, como diz o ditado. Observava os demais passageiros. Havia duas lindas garotinhas chamadas Amanda e Carolina. Ouvi a mãe chamá-las assim. Mas não pareciam irmãs, apesar das duas chamarem a mulher de mãe. A primeira era uma linda morena-canela, cabelos negros e lisos, a outra era loura de olhos verdes. Presumi serem filhas de pais diferentes. Vi também outras três moças também bonitas, mas não sei dizer os nomes. Uma era morena, alta e de cabelos longos e encaracolados. A outra era branca de cabelos pretos e longos. Outra era branca, cabelos curtos e muito sorridente. Estava acompanhada de seu irmão. Entra também um casal muito simpático e educado, que pelo sotaque presumi que não eram baianos.

Paramos na rodoviária de Anagé. O cobrador anunciou:

- Vinte e cinco minutos pro almoço.

Reparei que a poça de vômito estava mais consistente, pois alguém deixara cair um monte de chiringa (5) em cima. Um outro passageiro sensato arranjou um pedaço de papelão e cobriu a poça, aliviando um pouco o odor fétido.

Enquanto todos almoçavam, eu aproveitei o silêncio para ler meu livro. Constatei então uma certa semelhança entre a história do livro e a minha. No romance de Kafka, o personagem chama-se Josef K., eu me chamo K. José. O primeiro, imerso num mundo que não consegue compreender, é acusado por um tribunal misterioso por um crime que não cometeu; o segundo é condenado por um crime que cometeu sim: não comprar passagem antecipada em véspera de Natal. O meu tribunal: o motorista é o juiz, o cobrador é o promotor, Jaburanga é o advogado de acusação e o ônibus é o carrasco.

Falando em Jaburanga, quando chegávamos a Aracatu ele acordou de súbito de uma sessão ensurdecedora de roncos infernais, olhou assustado pela janela, arregalou bem os olhos e proferiu:

- Ónic-óinc-óinc-óinc (6)?

Fiz um sinal negativo com a cabeça. Ele voltou a roncar. Caí no sono também e quando dei por mim já estávamos no apoio rodoviário-garagem da empresa em Brumado. Um passageiro fez uma observação interessante:

- A relíquia vai parar no museu.

Muitos passageiros desceram. Com eles Jaburanga desceu também!

O sistema de som anunciou:

- “Atenção, “sinhores passageiro” com “distino” a Ibitira, Pancadão, Caetité, Igaporã, Riacho de Santana e Bom Jesus da Lapa, embarquem na “prataforma” “núm’ro” quatro e boa viage”.

Eu estava radiante com a saída de Jaburanga. Agora poderia me sentar à vontade, sem ter que ficar espremido no lado da janela pela barriga dele. Ufa! No lugar vago por ele sentou-se uma garotinha. Chamava-se Érica, tinha oito anos e morava em Vitória da Conquista.

Estava pensando, não costumo dar muita sorte com companheiros de poltronas em viagens. Lembro-me de certa feita, quando eu viajava de Caetité para Vitória da Conquista, paramos na rodoviária de Brumado. O ônibus estava lotado e só restava um único assento vago, exatamente o do meu lado. Nesse momento entrou no ônibus uma moça extremamente bonita, loura, cabelos compridos, estatura de modelo, corpo bem talhado, rosto angelical e muito bem vestida. Um sorriso brotou quase que involuntariamente no canto de minha boca. Ela se aproximou, e com uma voz muito linda e suave, perguntou: “Com licença, tem alguém sentado aqui?”. Ainda com aquele sorriso patético no rosto, respondi: “Não...”. Aí ela colocou a bolsa sobre o assento, chegou a uma janela e disse eufórica: “Vô, pode subir! Consegui um lugar pro senhor!”. Desfez-se o riso e fez-se o pranto... Mas o velho era tranqüilo, educado, calado e dormiu quase toda a viagem. Quando eu conto isso para meus amigos eles acham que estou brincando, mas isso aconteceu realmente, acredite.

Paramos no terminal rodoviário de Brumado. A fome apertava e aproveitei para fazer um lanchinho. Estava gostoso, mas o salgado estava frio. De volta ao ônibus, o casal me olhava fixamente. Quando de repente a moça me pergunta:

- Você é de Caetité?

Nossa! Isso foi uma surpresa agradabilíssima. Foi o melhor que me aconteceu em 12 horas. Conversamos um pouco e descobri que ela era irmã de uma amiga minha! Morava desde a adolescência em Goiânia e era esposa do rapaz que a acompanhava, ele também de Caetité. Não conseguimos falar de algo que não fosse o estado deplorável do ônibus, aliás, de toda a maldita frota daquela empresa que tanto nos atormenta. Ela me relatou pequenos incidentes malogrados de que fora vítima. Quando eu comecei a contar-lhes o que havia acontecido comigo noutras viagens, ficaram em silêncio, em respeito ao meu sofrimento. Foi quando me veio à cabeça a idéia de escrever um livro de contos, ou melhor, relatos com um mesmo tema: acontecimentos funestos em viagens numa certa empresa de transporte rodoviário de passageiros, dentre outras coisas...

Perto de Ibitira paramos em uma roça. Embarcam vários passageiros, inclusive algumas moças simpáticas. E eis que acontece um “love affair” entre uma dessas moças e o cobrador. Entre uma e outra conferida de passagem, trocam olhares, sorrisos... Pois é, há espaço para o amor também no Tsavo (7)!

Tamanha a proximidade de Caetité que nem acreditava que depois de tanto tempo, de tanto sofrimento eu estava chegando em casa. De repente o ônibus estava na rodoviária. Por causa da grande emoção de que estava tomado, tudo para mim estava lindo. Qualquer coisa mesmo, até o bar do Tiãozão!

Ainda no ônibus despedi-me de Pedro, que seguiria até Bom Jesus da Lapa. Desci levando minha bagagem. Despedi-me do casal desejando-lhes um Feliz Natal.

O trajeto para casa foi feito sem que eu percebesse o que se passava ao meu redor. Tudo o que eu queria era chegar em casa. O peso da mala desaparecia ante à minha obstinação. Fome e cansaço talvez os tivesse apenas fisicamente, porém não os percebesse.

Cheguei em casa, abri a porta e encontrei minha mãe, que me deu um abraço.

- “Nenikikaman (8)”, pensei.

***

(1) Personagens mitológicos que participaram da expedição no navio Argos. Chefiados por Jasão, os seus tripulantes buscavam o velocino de ouro. Todavia Jasão teria de vencer diversos obstáculos para conseguir o seu intento. Ele deveria lutar com dois touros, que tinham os pés e os chifres de bronze e vomitavam (observe só a semelhança com nossa história!) chamas, amarrá-los num arado de diamante e lavrar um campo consagrado a Marte, além de matar o dragão que vigiava o velocino. Há algumas semelhanças desse mito com a nossa história, tente encontrá-las

(2) O slogan da empresa de transporte é – infundado, diga-se de passagem: “Rodas que aproximam distâncias com segurança”

(3) Blue bus é o ônibus ao qual Jim Morrison, The Doors, na psicodélica música The End, faz menção: the blue bus is calling us/driver, where are you taking us? (“o ônibus azul está nos chamando/motorista, para onde está nos levando?”) No nosso caso particular ele não saberia responder.

(4) Possível tradução: posso me sentar?

(5) Ou biscoito evoador.

(6) Possível tradução: que lugar é esse?

(7) Tsavo – palavra que dá nome a uma região florestal e um rio no Quênia, África. Significa na linguagem local “lugar macabro”. Em 1898, durante a construção de uma ponte sobre o rio Tsavo, uma dupla de leões devorou aproximadamente uma centena de operários. Os dois foram mortos pelo engenheiro responsável pela obra, John Patterson. Cada um media três metros de comprimento, do focinho à cauda. Tinham um comportamento diferenciado dos demais leões, que atacam solitários. Os nativos acreditavam serem a encarnação de espíritos de feiticeiros. Eram chamados de A Sombra e A Escuridão. Deram origem a um filme homônimo. Nos ônibus dessa empresa as feras não são leões, mas baratas, moscas...

(8) Em 490 a.C., os gregos derrotaram os persas numa penosa batalha na planície de Maratona. O soldado Feidípedes foi designado para levar a Atenas a notícia da vitória. E ele correu os cerca de 40 km que o separava da cidade. Ao chegar, informou: “Nenikikaman” (vencemos). E caiu morto.

Kalil Santos
Enviado por Kalil Santos em 30/06/2009
Reeditado em 19/03/2022
Código do texto: T1674339
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