Ô coisinha!
Leony e eu somos irmãs por opção. Estudamos no Instituto Nossa Senhora do Sagrado Coração por sete anos e depois fomos trabalhar na E.E.Mons. Domingos Ev. Pinheiro. Aposentadas encontramo-nos regularmente no GRAAMD- Grupo das Amigas Aposentadas do Mons. Domingos. Repetindo Milton Nascimento, amigo a gente guarda no lado esquerdo do peito. E não precisa existir pretexto para nossos encontros: aniversário, formatura, inauguração de casa, nascimento de neto...
Certa vez, Leony estava muito eufórica. Depois de muito trabalho, seu cômodo de banho estava lindo e maravilhoso, pronto para o uso. E, à noite daquele dia, todas as amigas do GRAAMD estariam presentes para a inauguração.
Leony, afeita a detalhes, tudo arrumou: flores nas jarrinhas, sabonetes especiais, lindas toalhas de banho e rosto, tapete aderente no piso. Tudo impecável. E se julgou no direito e dever de batizar o banheiro um pouco antes da chegada das colegas. Foi para o chuveiro e, como não podia deixar de ser, cantava feliz a “Coisinha do Pai” de Beth Carvalho:
Ô coisinha tão bonitinha do pai
Ô coisinha tão bonitinha do pai
Você vale ouro, todo o meu tesouro
Tão formosa da cabeça aos pés
...
Charmosa, tão dengosa
...
Ô coisinha tão bonitinha do pai
Cantando, ensaboando e tudo muito liso, Leony deu uma distraída e foi aquele escorregão. A coisinha tão bonitinha do pai caiu como uma abóbora, provocando-lhe um galo na cabeça. E haja gelo para que as colegas não a encontrassem encaroçada. Ô coisinha tão bonitinha...