Sobre um duplo assassinato!

Nem sei qual motivo ainda leva-me a escrever tais desatinos, mas vamos lá!

Não deveria estar assim tão absurdamente abismada quanto á cena vista nesta semana em um programa exibido pela rede globo de televisão, o tal do profissão repórter.

Tema " bebida e direção", pois bem, um rol de cênas cotidianas onde motoristas imbecis, depois de consumirem uma certa quantidade de álcool, saem por aí com aquela sensação de supremacia e total certeza da impunidade.

Em um dos blocos do referido programa, a hístoria de como a impunidade aliada a uma certa dose de cumplicidade propaga-se pela terra brasilis, o caso do deputado playboy que após beber demasiadamente demais, atesta a veracidade da fatalidade.

O cara decolou com seu possante, passou por cima de outro veículo, decapitou as vítimas, os corpos ficaram dilacerados, duas vidas encerradas assim pela bestialidade de alguém que assumiu o risco do sinistro depois de ser alertado por amigos que não estava em condições de dirigir.

Mas o surreal de tudo isto foi a entrevista dada pelo delegado responsável pelo caso, seus olhos nem sequer conseguiam encarar os da repórter quando questionado sobre a sequência de erros e a falta do depoimento do figura.

É lamentável que após tantos anos sejamos ainda vítimas daquela velha política podre e imperdenida da troca de favores, da isenção de culpados quando se trata de um político.

É deprimente ver os familiares das vítimas além de terem que lidar com algo tão doloroso quanto a perda de um filho, um irmão, ter que lidar com este sistema hipócrita, onde forma-se uma cúpula , uma rede de proteção ao redor de um assassino!

Sei que estou sendo repetitiva, mas se o assassino em questão fosse assim digamos, um representante da classe que realmente trabalha, assalariada, que no fim do mês mal lhe sobra para comprar um botijão de gás, nossa, este já estaria enjaulado, cana para ele.

Hum esqueci que um cara destes jamais poderia ter um carro como o de deputado e muito menos teria condições de frequentar um restaurante em pleno dia de semana, beber vinho ou sei lá o que com amigos, como que esse povo abastado chama mesmo, a sim Happy houer.

Mas é assim que as coisas foram forjadas, as raízes históricas da total falta de hombridade em se assumir principalmente neste meio de homens engravatados, os ditos representantes do povo, os donos do poder, os caras que se acham acima de qualquer lei!

Quantas reportagens mais teremos que assistir, quantos casos esquecidos, engavetados, arquivados nos porões de tribunais inexistentes!

Faltam-me as palavras para prosseguir, será que balançar a cabeça é tudo que posso fazer!!!!

Julia Lopes Ramos
Enviado por Julia Lopes Ramos em 18/06/2009
Reeditado em 19/06/2009
Código do texto: T1655536
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