Airbus - Premonição
Eu sonho com avião.
Não é poesia, é realidade. Não consigo me livrar disso. Quando criança sonhava com três aviões batendo em prédios e um se espatifando no chão.
Acordava aos gritos e chorava muito. Às vezes nem acordava, corria pela rua em fuga. Diziam que eu era sonâmbula. Morava em uma cidade pequena do interior. Não havia rota de avião e eu via eles bem ao longe, quase invisíveis e muito raramente. Não havia prédios, nem TV, e eu sonhava repetidamente com avião batendo em prédios. Em alguns sonhos eu estava dentro do prédio, em outros estava fora, mas suficientemente perto para que fosse esmagada.
Quando aos doze anos, ao me mudar, conheci prédios em Salvador. Todos insignificantemente pequenos em relação aos dos meus sonhos.
Cresci. Tinha certeza que morreria em primeira viagem de avião. Viajei algumas vezes pelo Brasil, sem nenhuma ocorrência grave. Morria de medo. A cada tombo no solo a cada turbulência de mal tempo. Sentia que o avião iria cair e se chocar contra um prédio imaginário. Quando viajo minha pressão abaixa tanto, que ou fico tremendo ou adormeço profundamente. Quando acordo o medo parece aumentar.
Sonhei repetidamente assim, quase todos os meses até 11 de setembro. Vi meu sonho claro e detalhado passando, na TV, em minha frente.
Quando vi aquelas cenas, achei que o pesadelo tinha acabado. Não mais sonhei com avião batendo em prédios por um bom tempo.
Na noite do desaparecimento do Airbus, tive novo sonho de um avião tentando se estabilizar e descendo em alta velocidade em minha direção. Eu estava flutuando no mar. Acordei em pânico novamente. Um avião enorme todo branco de bico gordo em minha direção. Não havia fogo, nem explosão. Só um intenso barulho da turbina, tentando frear o impacto em sentido contrário.
Não havia para onde correr em meu sonho. Nem o que fazer. Fiquei paralisada e em pânico observando a aeronave vir ao meu encontro. Estava olhando para o alto. Sabia que sonhava. Acordei desesperada. Naquela noite não pude dormir e levantei da cama muito cedo. Vi uma notícia na TV de desaparecimento do Airbus no mar. Era o avião que vi no sonho.
Pergunto-me: Porque sonho isso. Não tenho resposta. Espero que um dia esses sonhos possa ajudar alguém, pois não estão ajudando a mim.
Tenho medo que a perícia confirme que não ocorreu explosão. O tempo todo lembro-me do pânico e penso naquelas pessoas dentro da aeronave. Gostaria de ter feito algo.
Minhas orações são para as famílias enlutadas. Para que Deus ajude a suportar e entender o porquê do acidente. Que Deus abençoe a todos.
http://www.mchelonenergia.com.br
Eu sonho com avião.
Não é poesia, é realidade. Não consigo me livrar disso. Quando criança sonhava com três aviões batendo em prédios e um se espatifando no chão.
Acordava aos gritos e chorava muito. Às vezes nem acordava, corria pela rua em fuga. Diziam que eu era sonâmbula. Morava em uma cidade pequena do interior. Não havia rota de avião e eu via eles bem ao longe, quase invisíveis e muito raramente. Não havia prédios, nem TV, e eu sonhava repetidamente com avião batendo em prédios. Em alguns sonhos eu estava dentro do prédio, em outros estava fora, mas suficientemente perto para que fosse esmagada.
Quando aos doze anos, ao me mudar, conheci prédios em Salvador. Todos insignificantemente pequenos em relação aos dos meus sonhos.
Cresci. Tinha certeza que morreria em primeira viagem de avião. Viajei algumas vezes pelo Brasil, sem nenhuma ocorrência grave. Morria de medo. A cada tombo no solo a cada turbulência de mal tempo. Sentia que o avião iria cair e se chocar contra um prédio imaginário. Quando viajo minha pressão abaixa tanto, que ou fico tremendo ou adormeço profundamente. Quando acordo o medo parece aumentar.
Sonhei repetidamente assim, quase todos os meses até 11 de setembro. Vi meu sonho claro e detalhado passando, na TV, em minha frente.
Quando vi aquelas cenas, achei que o pesadelo tinha acabado. Não mais sonhei com avião batendo em prédios por um bom tempo.
Na noite do desaparecimento do Airbus, tive novo sonho de um avião tentando se estabilizar e descendo em alta velocidade em minha direção. Eu estava flutuando no mar. Acordei em pânico novamente. Um avião enorme todo branco de bico gordo em minha direção. Não havia fogo, nem explosão. Só um intenso barulho da turbina, tentando frear o impacto em sentido contrário.
Não havia para onde correr em meu sonho. Nem o que fazer. Fiquei paralisada e em pânico observando a aeronave vir ao meu encontro. Estava olhando para o alto. Sabia que sonhava. Acordei desesperada. Naquela noite não pude dormir e levantei da cama muito cedo. Vi uma notícia na TV de desaparecimento do Airbus no mar. Era o avião que vi no sonho.
Pergunto-me: Porque sonho isso. Não tenho resposta. Espero que um dia esses sonhos possa ajudar alguém, pois não estão ajudando a mim.
Tenho medo que a perícia confirme que não ocorreu explosão. O tempo todo lembro-me do pânico e penso naquelas pessoas dentro da aeronave. Gostaria de ter feito algo.
Minhas orações são para as famílias enlutadas. Para que Deus ajude a suportar e entender o porquê do acidente. Que Deus abençoe a todos.
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