A Mangueira-rosa
Sao raras as moradias, no centro de Divinópolis, que gozam do luxo de ter um quintal, por menor que seja. A casa da Ênia está no rol das privilegiadas, e ainda exibe, bem na porta da sala, para os olhos extasiados dos que transitam pelo miolinho da cidade, a rainha daquele pedaço de chão, uma sexagenária mangueira.
Ênia levanta-se bem cedo todos os dias para recolher as folhas que se desprendem de seus galhos durante a noite e no restante do dia é só usufruir de sua benfazeja sombra. Ano após ano, aquela árvore oferece, com fartura, a quem apetecer, a deliciosa manga-rosa.
- Mãe, vamos cortar esta árvore? Ou então dar-lhe uma boa poda para que a senhora não tenha tanto trabalho em recolher-lhe as folhas todos os dias.
- Meu filho, que idéia mais disparatada! Esta velha mangueira, em sua silente funçâo, ainda está dando deliciosos frutos. Eu, sendo mais nova, há muito não estou dando mais nada!