A Mangueira-rosa

Sao raras as moradias, no centro de Divinópolis, que gozam do luxo de ter um quintal, por menor que seja. A casa da Ênia está no rol das privilegiadas, e ainda exibe, bem na porta da sala, para os olhos extasiados dos que transitam pelo miolinho da cidade, a rainha daquele pedaço de chão, uma sexagenária mangueira.

Ênia levanta-se bem cedo todos os dias para recolher as folhas que se desprendem de seus galhos durante a noite e no restante do dia é só usufruir de sua benfazeja sombra. Ano após ano, aquela árvore oferece, com fartura, a quem apetecer, a deliciosa manga-rosa.

- Mãe, vamos cortar esta árvore? Ou então dar-lhe uma boa poda para que a senhora não tenha tanto trabalho em recolher-lhe as folhas todos os dias.

- Meu filho, que idéia mais disparatada! Esta velha mangueira, em sua silente funçâo, ainda está dando deliciosos frutos. Eu, sendo mais nova, há muito não estou dando mais nada!

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 05/06/2009
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