Lágrimas de Mãe

O casamento de Raíssa e Alexandre (*) estava lindíssimo. A Catedral bem decorada com muitas flores, velas e tapetes. O cerimonial foi bem caprichado e “esticado”. Entrou o noivo com seus pais. Desfilou um grupo enorme de testemunhas. Vieram as daminhas, jogando pétalas de rosas nos convidados. E por fim entra a noiva com seu pai. E uma música bem romântica completava aquele cenário.

A sociedade divinopolitana, apesar do frio, estava lá em peso e numa elegância que fazia gosto ver! Houve missa com uma homilia bem prolongada por sinal.

Entre os convidados, três mulheres se destacaram pela sua singeleza no vestir e pela postura que se apresentaram durante toda a missa. Choraram todo o tempo. A uma certa altura, uma delas, olhando para as pessoas mais próximas, desabafou e disse, com a voz embargada pela emoção, mas sem atrapalhar a ordem da cerimônia: ele é meu filho, ele é meu filho! A segunda era muda e fazia sinais de embalar uma criança, ao mesmo tempo que apontava para o noivo. A terceira falava que elas eram irmãs. Que uma era a mãe do noivo e que as outras ajudaram a criá-lo.

Mas a hora mais emocionante foi quando os recém-casados desceram as escadarias do altar e desfilaram pela igreja afora. Ao passar pelas três mulheres, o noivo parou e fitando uma delas, segurou com carinho sua mão por alguns segundos. E ela, naquele tempo tão curto, curtiu uma grande felicidade que não se preocupou em esconder. O pouco que soube depois é que ele fora adotado por uma rica família e que sua história nunca lhe fora escondida.

(*) nomes fictícios

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 09/05/2006
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