A Caridade Sutil
Fátima Irene Pinto
 
Definindo-a pelo dicionário, caridade significa amor ao próximo, benevolência, bondade, compaixão, beneficência, uma das virtudes teologais etc.
É Lei de Jesus: e tudo que quiserdes que vos façam, façais vós a eles.
É lema da Doutrina Espírita: fora da caridade não há salvação.
 
Algumas pessoas praticam a caridade naturalmente.
Nasceram assim por índole e são Anjos de Luz a serviço de Deus aqui na Terra.
Outras a assimilaram como preceito religioso ou com os pais. Outras a praticam para atenuar culpas, outras para exibirem-se e serem reconhecidas pela sua bondade.
Bem, não importam os motivos das pessoa, já que o mundo necessita da caridade em doses inesgotáveis, em especial neste momento tão conturbado pelo qual o mundo está passando.
 
E assim, vemos multidões recolhendo alimentos, roupas, cobertores e remédios. Vemos pessoas passando tardes nos asilos e orfanatos, prestando serviços voluntários nos hospitais ou dedicando-se à causa dos animais abandonados. 
Temos programas de grande alcance que envolvem a Mídia, a fora a formação das Ongs destinadas a este fim.
 
Mas há um outro tipo de caridade mais sutil e nem sempre praticada porque depende de outros atributos como discernimento, "feeling", visão sensível e apurada do que se passa no meio circunstante, um olhar arguto para ler nas entrelinhas e enxergar além das aparências. É o que eu chamo de caridade inteligente, oculta e despretensiosa, no entanto extremamente eficaz nos seus efeitos.
 
Ouvir um desabafo de forma silenciosa e sem interferência é uma caridade sutil: a outra pessoa precisa apenas falar aquilo que está transbordando em seu coração. Não se apresse em dar conselhos ou achar soluções. Apenas ouça com um olhar bondoso e solidário.
 
Um elogio, um reconhecimento na hora certa têm um poder mágico!
Você já experimentou dizer a alguém:
- Olha, eu gosto da maneira como você realiza esta tarefa. Você é muito bom nisto.
Um simples comentário que pode ser dirigido tanto a um serviçal quanto a um chefe ou a qualquer pessoa com quem você convive. A pessoa até então não sabia, e a partir deste momento ela se sente válida, sua alma expande e seu dom resplandesce.
 
Outras vezes é preciso um tratamento de choque ou como dizem na linguagem popular, é preciso rodar a baiana. É o caso da pessoa eternamente queixosa e vitimesca.
Está na hora de alguém dizer a ela:
- Olha, eu não sinto dó de você e percebo que você manipula as pessoas fazendo-se de vítima sofredora. Mude o seu discurso porque você está muito chata!
 
É caridade inteligente dar o "louro" a outra pessoa, mesmo que ele seja seu, se notar que ela precisa mais dele do que você, para autoafirmar-se.
Como dizia o querido Távola: deixe o outro marcar o gol !
 
É caridade inteligente o que meu filho fez comigo outro dia:
Nós havíamos nos desentendido durante o dia e o clima estava tenso.
Meu filho acordou-me no meio da noite e disse:
- Mãe, desculpe-me acordá-la a esta hora mas eu não poderia dormir sem dizer duas coisas: primeiro, que eu a amo. Segundo, que a senhora é a melhor mãe do mundo.
Meu Deus, como me senti importante neste momento e como estas palavras chegaram doces e encorajadoras ao meu coração.
 
Para exercer a caridade inteligente é preciso ligar as antenas, é preciso estar atento e ser sensível, é preciso ser espontâneo. Esta caridade é oculta, delicada, não cobra nem espera retribuição e via de regra é exercida entre os que estão mais próximos de nós. Ela passa pela mente, mas sem dúvida, passou primeiro pelo coração.
 
Vamos exercer a caridade generosamente. Inteligentemente!
Nunca o mundo precisou tanto desta sublime virtude.
 
 
Sites
 
Blog:
 
 
Para receber nossas Atualizações
inscreva-se aqui:
 
 
Fátima Irene Pinto
Enviado por Fátima Irene Pinto em 18/03/2009
Reeditado em 11/06/2009
Código do texto: T1493770
Copyright © 2009. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.