Uma Rosa Especial

Tia Rosa enviuvou-se nova do Tio Vicente, irmão caçula de minha mãe. Com trabalho e sacrifício criou e educou oito filhos.

Em meio às dificuldades, não perdia o bom humor, a visão futurista e a sede do saber, o que aprendíamos com ela. Além disso, cultivava a simplicidade. Ficou eufórica e feliz, uma ocasião, por inaugurar um forno de barro, na coberta perto da cozinha. As gamelas cheias de massa de biscoito! E as crianças ali na expectativa da hora de saboreá-los.

Gostava de ouvir “causos”, apreciava uma piada por simples que fosse. Antônio, meu marido, sempre tinha uma anedota para contar à Tia Rosa, o que ela achava o máximo, dando boas gargalhadas! A sua anedota predileta era a do marido que foi levar, no escuro, doce-de-leite para a mulher. Perdeu a direção, levantou a colcha pelo lado dos pés, chegou-lhe uma grande colher de pau, lambuzando-lhe o bumbum, e, na hora, percebendo um pequeno ruído, falou baixinho:

- Não sopra, não, que já “tá” frio!

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 28/04/2006
Reeditado em 31/08/2010
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