Congonhas - I
Pela estrada donde venho
Com meu sonho sempre a arder
Olho em frente e ainda tenho
Mais sonhos para acender.
(António Torre da Guia)
Sonho é assim. Um a um vamos realizando-os todos. Agora chegou a vez de conhecer Congonhas. Saímos cedinho em direção à Coroas, onde nos esperavam Rodrigo, meu filho, e sua namorada Sandra. Seguimos pela Estrada Real e, em uma hora e meia, chegamos ao Centro da Cidade de Congonhas.
Lá fiquei de queixo caído, admirando a beleza das obras de Aleijadinho. Aqui registro o que pesquisei e também vi in locu.
Congonhas localiza-se na região sul da Serra do Espinhaço, no Quadrilátero Ferrífero de Minas Gerais (Região: Sudeste) e dista 78 km de Belo Horizonte.Sua população é de 41.256 habitantes
O nome Congonhas vem do tipo de vegetação encontrada nos campos, uma planta que os índios chamavam Congõi, que em tupi significa "o que sustenta, o que alimenta." Nada mais sugestivo. Situada num vale e rodeada por imponentes montanhas, a cidade hoje alimenta a alma dos que desejam reviver uma época dourada. Congonhas do Campo foi um importante centro de mineração e dela saíram grandes fortunas. As pepitas de ouro chegavam a ter o tamanho de batatas, na famosa lavra chamada Batateiro. Em 1796, a força do ouro trouxe ao então distrito de Congonhas o escultor Aleijadinho, já consagrado naqueles tempos. Ali ele deixou para sempre a manifestação mais concreta da grandiosidade de sua arte.
O conjunto arquitetônico e artístico formado pela Igreja Basílica do Senhor Bom Jesus, os doze profetas de Aleijadinho e as seis Capelas dos Passos da Paixão, com 74 esculturas de Aleijadinho, foi tombado pela UNESCO como Monumento Cultural da Humanidade em dezembro de 1985. A cidade foi também berço da obra Marista no Brasil. A cidade adquiriu fama na década de 60, em virtude das curas efetuadas pelo médium Zé Arigó, que incorporava o espírito do médico alemão Fritz. Pessoas de todos os lugares do Brasil e do mundo convergiam para Congonhas em busca de suas curas.
Não tem como visitar Congonhas e não falar um pouco de Antônio Francisco Lisboa, o Aleijadinho. Nascido em Vila Rica, era filho do português Manuel Francisco Lisboa e sua escrava africana Isabel.
Devido a grande influência de seu pai, que já era escultor também, Antônio Francisco Lisboa pôde trabalhar com diversos artesãos da época, assim, bem cedo começou a trabalhar e fazer entalhamentos em madeira; sua escola foi a oficina de seu pai. Aos 13 anos fez seu primeiro projeto, o de um chafariz. Logo executou sua primeira obra, também um chafariz.
(continua)