A CACHORRA E OS GATINHOS
Um dia eu vi no interior, uma coisa inusitada.
Uma cadela vira-lata e uma gata idem, deram cria no mesmo dia.
O mais interessante é que ambas eram brancas e tinham cruzado
com parceiros brancos.
Resultado: filhos brancos. Obviamente, como não deram cria nem na África do Sul, nem nos EUA, não havia razão para pensar em segregação racial, ainda porque ambas eram vira-latas e os filhotes, idem.
Assim, postulada a contingência da situação, como viviam em casas
vizinhas, era de se esperar que cada uma cuidasse das suas crias e
o mundo que se danasse.
No entanto, aconteceu algo mais ou menos inusitado.
A cadela teve dois filhotes, que acabaram morrendo pós-parto.
A gata teve três filhotes, que sobreviveram e ela morreu.
Desse modo, sobraram uma cadela vira-lata e três gatinhos vira-latas.
Por força do destino, acabaram se encontrando.
A cadela triste e os gatinhos famintos.
Assim, depois de algum tempo, alimentados pela Lilica(nome da cadela), o Gervásio, o Ulisses e o Alfredo (nome dos gatinhos) foram crescendo.
Cresceram tanto, que ficaram quase do tamanho da mãe.
Eles não miavam, mas latiam.
A mãe, por força da convivência, passou a miar.
A encrenca toda se deu na hora de comer ração.
Escolher a comida ficou difícil.
Então, ela deserdou os três.
E procurou um gatão pra cruzar.