A CACHORRA E OS GATINHOS

Um dia eu vi no interior, uma coisa inusitada.

Uma cadela vira-lata e uma gata idem, deram cria no mesmo dia.

O mais interessante é que ambas eram brancas e tinham cruzado

com parceiros brancos.

Resultado: filhos brancos. Obviamente, como não deram cria nem na África do Sul, nem nos EUA, não havia razão para pensar em segregação racial, ainda porque ambas eram vira-latas e os filhotes, idem.

Assim, postulada a contingência da situação, como viviam em casas

vizinhas, era de se esperar que cada uma cuidasse das suas crias e

o mundo que se danasse.

No entanto, aconteceu algo mais ou menos inusitado.

A cadela teve dois filhotes, que acabaram morrendo pós-parto.

A gata teve três filhotes, que sobreviveram e ela morreu.

Desse modo, sobraram uma cadela vira-lata e três gatinhos vira-latas.

Por força do destino, acabaram se encontrando.

A cadela triste e os gatinhos famintos.

Assim, depois de algum tempo, alimentados pela Lilica(nome da cadela), o Gervásio, o Ulisses e o Alfredo (nome dos gatinhos) foram crescendo.

Cresceram tanto, que ficaram quase do tamanho da mãe.

Eles não miavam, mas latiam.

A mãe, por força da convivência, passou a miar.

A encrenca toda se deu na hora de comer ração.

Escolher a comida ficou difícil.

Então, ela deserdou os três.

E procurou um gatão pra cruzar.

EDSON PAULUCCI
Enviado por EDSON PAULUCCI em 18/02/2009
Código do texto: T1446552
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