EM DESLUMBRE AO PODER

EM DESLUMBRE AO PODER

Os cidadãos que pagam seus impostos, para os governos, sejam esses federais, estaduais ou municipais, sonham em ter esses valores revertidos em benefícios para a coletividade. São esses os mesmos cidadãos que investem com seus votos, em candidatos a cargos eletivos, nas três esferas de governos, na esperança de que esses ao serem eleitos, possam representá-los juntos às áreas governamentais de suas competências.

E assim haveria de ser, se esses profissionais da política, ao vencerem no pleito, não movessem da sua comitiva eleitoreira, uma legião de pessoas como: cabos eleitorais, parentes, além de outros, em paga por benesses aos amigos. É como se todos os beneficiados estivessem agregados ao cargo, para o qual o candidato será conduzido pelo cidadão, que desconhece ou sabe quase nada, sobre o poder dessa maquina consumidora do bem público, à custa dos esforços de cada contribuinte, que honestamente paga os seus tributos.

Quando o cidadão vota em um nome escolhido por seu livre arbítrio, na verdade ele estará também votando nesses agregados; e, muitos poucos são os que observam o entorno de uma candidatura, daquele que o representará; até porque, bem sabemos, é quase impossível diagnosticar o perfil ou mesmo pesquisar os antecedentes desses agregados.

Porém quando eleitos, creia, são muitos os que o acompanham ao poder. É muita gente que aparece do nada, para assumir postos que deveriam – por direito, ética e profissionalismo – ser ocupados por bons servidores, que não são poucos. Entretanto são todos destinados a quem nada sabe de Administração Pública; muitos sequer têm noções básicas, elementares do serviço administrativo dos órgãos públicos, mas assumem Coordenadorias, Assessorias e Administrações de coisa nenhuma; importam-lhes apenas o saldo em suas contas bancárias a cada final de mês. É assim que são desbancados profissionais de quinze a vinte anos de aprendizado, de experiência que terminam por amargarem profundamente, ao verem seus esforços irem ralo abaixo.

A qualidade do serviço despenca, a motivação dos funcionários e servidores de carreira é deveras abalada, cai a produtividade nas organizações públicas. Os novos pseudo-dirigentes querem mudar tudo o que não faz sentido e nem favorece a população e mesmo assim, os políticos não aprendem e nada fazem para minorar essa desordem, a cada período de mudança nas esferas de governos, para as quais foram eleitos.

E quem paga essa farra? É lógico que é o cidadão, aquele que trabalha muito para honrar seus compromissos, pagar os seus impostos e ficar ao deus dará.

Quem chega imbuído do poder, mesmo que nada conheça da coisa pública, dispensa o conhecimento de quem muito sabe, de quem muito aprendeu no decorrer do tempo. Plantam-se no poder, com mandos e desmandos e assim, paga o servidor que passa a ser mal interpretado pelo cidadão, quando este passa a ter serviços de qualidade duvidosa, morosidade e outras mazelas no atendimento aos contribuintes que cumprem à risca suas obrigações com o fisco.

Quando não se fala a mesma linguagem dentro de uma organização, forma-se o que costumamos denominar de “Torre de babel”, onde ninguém entende ninguém, nem tão pouco o que deve ser feito. Eles na tentativa de dar visão aos seus feitos, procuram maquiar alguma obra, já em andamento, e, que possa ser visualizada pela grande massa. Isso é acontece em detrimento das reais necessidades e prioridades do povo, que os elegeu.

Não vamos generalizar quem chega; mas muitos dos que ali estão em cargos de mando, cargos políticos; querem apenas o poder e as facilidades desse poder. Aqueles que sabem o que fazer, ou seja, os servidores públicos executam suas tarefas sem a intromissão dos que nada sabem, então ótimo, o serviço prossegue e não perde tanto em qualidade e tempo de execução.

Há ainda os apadrinhados que chegam e acham que são detentores de idéias inovadoras e resolvem pô-las em prática, mesmo sem o devido conhecimento do processo e da maquina administrativa, que move todo o serviço público. Logo o atendimento ao cidadão que necessita desse serviço transforma-se num caos.

A balburdia prolonga-se por meses a fio, por vezes, anos. O poder manda e quem sabe como fazer obedece, mas no final todos nós pagamos a conta. Conta que sempre foi e será do homem de bem; que à custa de muito trabalho, muito suor e cansaço paga a farra de quem nada faz ou quase nada.

Rio, 09 de janeiro de 2009

Feitosa dos Santos