Brinquedos Playmobil

A porta daquele armário, na despensa, estava sempre trancada. Todos os dias, Saulo verificava se, por um descuido, Cássio a deixara aberta, ao sair para a escola. E frustrado, deixava aquele cômodo, porque os brinquedos playmobil, que ali estavam ciumentamente guardados, quase a “sete chaves”, era o que ele mais queria. Ele também tinha os seus, mas eram poucos e já estragados. Como tinha apenas quatro anos, não era cuidadoso com todas aquelas pecinhas miúdas, que representavam os acessórios e que, com tanta graça, compunham cada bonequinho: lencinho, espada, laço, chapéu, maletinha...

Mas sempre existe “um dia do descuido”! Cássio fora a uma cidade vizinha, com sua turma de natação, disputar um campeonato. E o Saulo achou a palavra mágica que abria aquele armário: a chave!

Nossa! Foi a maior festa. Esse dia ele nem quis almoçar. Não poderia perder tempo. Com os olhos brilhando, ia pegando cada objeto da coleção e não arredou pé daquele quarto. Pintou e bordou. O tempo passou e o dia começou a escurecer. Que pena! Os brinquedos voltaram para o armário novamente, um a um.

Daí a pouco, chega Cássio de sua viagem, cansado, mas feliz, porque conseguiu “fazer bonito nas águas”. E, na porta, estava o irmãozinho, de plantão, recebendo-o com os inusitados cumprimentos, mal ele entrou em casa:

- OI, CÁSSIO, TUDO BEM?!...

fernanda araujo
Enviado por fernanda araujo em 07/04/2006
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