MANINHO PEGÔ O BÊCO...
Olá, minha gente querida!
Hoje o Cantinho do Zé Povo está prá lá de mocorongo! Triste, pesaroso, cabisbaixo e com uma enorme sensação de perda e impotência, diante do inevitável... Em 1960, quando entrei para o Admissão do Colégio Marista de Natal, fiz, ou melhor, ganhei de presente de Papai do Céu, uma porrada de amigos...E “ontonte”, esse mesmo Papai do Céu, chamou um desses amigos para junto de si. Seu nome, Paulo Roberto Barbosa. Para aqueles que como eu, tinham a feliidade de privar de sua amizade, Maninho. Para seus colegas de trabalho na Caixa Econômica Federal, agência Via Direta, Paulão. Filho do Sr. Barbosa e Dona Hilda, irmão de Toinho Barbosa, engenheiro, outro “peda 90” que chorou abraçado comigo, ontem lá no velório; e do não menos conceituado e querido, o jornalista Carlos Alberto Barbosa, o Dido. Eita, negão! E ontem, enquanto velava teu corpo material, passou um vídeo na minha mente, e em poucos instantes, revivi momentos inesquecíveis das nossas vidas. Me vi novamente nas salas de aula e corredores do Colégio Marista. Também passaram cenas maravilhosas, como por exemplo, quando a gente, depois das aulas, tomava literalmente a passagem de uma das portas da Padaria Natal, do pai de Guido, nosso colega de turma, na esquina da Rua Apodi com a Av. Deodoro. Ali, um véio colocava seu carrinho de cachorro quente; tinha o apelido de “Salada”! Naquela época, ainda não havia os botigões de gás dos pequenos, e o véio esquentava a carne do cachorro quente com uma lamparina a querosene “Jacaré”... Pois nossa principal diversão, era exatamente esconder a lamparina e ver “Salada” doidinho à procura do seu instrumento de trabalho. Mas “Salada” ficava P da vida mesmo, era quando qualquer um da gente chegava, quando tinha cliente novato no pedaço, e pedia:
- Salada, bote aí um cahorro quente, um pinico e uma vela...
Aí, o pobre do Salada apelava:
- Só se for no rabo da mãe, fela da puta!...
Vi também nossas peregrinações durante os Jogos Colegiais, onde a rivalidade maior era entre Marista e Atheneu. E foi durante um desses jogos, de Futebol de Salão, hoje Futsal, na velha quadra do América, que ao final da partida, eu tive uma das maiores lições de desportividade de toda minha vida, e que me foi dada pelo Rubinho, que era aluno do Atheneu, e hoje é Médico, o Dr. Rubens Santos, irmão do nosso colega de turma, o hoje Teatrólogo Racine Santos. Depois do jogo, enquanto se engalfinhavam alguns alunos dos dois colégios, êle, aos gritos, falou:
- Gente, isso aqui é feito para a gente se divertir e fazer amizade, não é para ninguém brigar não; vamos parar com essa frescura...
Aquilo também me marcou, como me marcaram também as Festas de São João dos vários colégios da nossa cidade. E você, Maninho; era um dos mais animados. Você, eu, Doriélio Barreto, que a ganhou da gente o apelido de Grapette, pois não bebia nada que contivesse álcool, e enquanto nós bebíamos cerveja, êle só bebia esse refrigerante...Também tínhamos a companhia de Marcos Farias, Marcos Saldanha, João Galvão Filho (o Tim Relâmpago), Bel e Baíto; e do outro Maninho, o Jamerson Borges de Macedo, que acho eu, foi quem “butô catinga in merda de gato e jogô a receita fora, mode ninguém tirá”, de quem tenho uma imensa saudade e gostaria de saber onde êle hoje se encontra. Fique certo de uma coisa; você se foi materialmente, mas espiritualmente está mais vivo de que nunca, na minha memória e no meu coração. Tenha paciência e mantenha seus ouvidos bem abertos onde quer que você esteja, pois não dá para associar sua lembrança a coisas ruins ou tristes; só dá para lhe associar, com uma imensa saudade, ao título do segundo livro que escrevi; MUNGANGAS, PRESEPADAS E OUTROS BICHOS...Deus te tenha!...