O Passeio no Catamarã - XIV
Domingo, dia 28, acordamos mais tarde. O sol já brilhava forte em Paulo Afonso.
A mesa do café da manhã estava repleta de iguaria: café, leite, suco, pães variados, cuscuz, queijo, nossa... quanta coisa!
É que iríamos fazer um longo passeio pelo Rio São Francisco no barco Catamarã e seria bom que reforçássemos no lanche.
Aparecida ficou em casa descansando em companhia do filho Celso. Ela já havia feito esse passeio, há alguns anos, e preferiu ficar em casa.
E lá fomos nós pelo sertão agreste, numa estrada de chão, à procura do porto do Catamarã. A paisagem completamente diferente da de nosso habitat: o chão arenoso, os mandacarus, grandes pedras à beira da estrada. Algumas cabras passaram por nós com seus filhotinhos.
De repente, não tinha como não lembrar-me de Carlos Drummond de Andrade:
"No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra."
No meio do caminho havia uma pedra! Sim, uma pedra no meio do caminho! E não tinha como tirá-la. Ela era enorme e a estrada se bifurcou para que ela continuasse ali no meio do caminho!
Eu só disse:
- Gente, foi aqui que o Drummond inspirou-se para fazer a sua poesia!
E todos riram, concordando!
Finalmente, chegamos ao Porto e logo também chega o barco com seus turistas. Estavam eufóricos, cantando, demonstrando que o passeio havia sido ótimo!
Chegou a nossa vez. Eu já havia feito um passeio pelo Rio São Francisco em Pirapora, Minas Gerais, no barco a vapor Benjamin Guimarães.
Agora vamos lá no Catamarã!