Saudades do que fui...

Saudade do tempo em que tudo era uma grande ciranda. Saudade do tempo em que minhas noites eram bem dormidas. Saudade da menina sem neuras que eu era. Da pessoa disposta a dá a cara a tapa. Eu tava na vida para o que desse e viesse. Eu era forte, sorria com facilidade. Tinha o antídoto certo para os momentos de crise. Crise? Quase nunca as deixava reinar no meu palácio. Eu tinha a faca e o queijo na mão! Minha vida era leve e voada para onde queria como um passarinho. Mas, passarinhos se não são mortos por diversão, são presos em gaiolas mínimas. E não tem nada menor do que não viver a vida. Do que se deixar esmorecer pelas dificuldades que ela impõe, justamente para o crescimento de cada um.

Mas, cai na cilada mais corriqueira da vida. O tal do amor, da paixão arrebatadora que

Nos deixa em êxtase, que deixa à química alteradissima. Acostumada a ter tudo o que sempre quis, não entrava na minha cabeça jamais que aquilo poderia estar acontecendo: um desejo meu não estava sendo realizado. Isso me frustrava em um todo, de uma vez só!

E na grande realidade eu sempre soube que não era amor. Era puro capricho! Vicio de querer ter tudo e todos ali na palma da minha mão. E daquela vez minhas estratégias, minhas xurumelas e blábláblás não tiveram o efeito das outras vezes. Raiva deu e como deu, mas, um dia após o outro.

Ainda me lembro dele! Bate uma nostalgia fresca e penso em como esse figura deve estar e se está ainda com a sujeitinha infame que me tirou o poder de ter tido ele pra mim. Será que se tudo tivesse caminhado como eu desejava, eu nesse momento estaria feliz? Será que teria filhos? Uma dona de casa? Com horários e afazeres domésticos? Sabe-se lá...

Diana Sad
Enviado por Diana Sad em 30/10/2008
Código do texto: T1255750
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