Uma questão de toque

Gostar, adorar, amar, apaixonar...o que são estas coisas. Já dizia alguém que sentir e tocar são mais importantes que o pensar, eu penso que sim.

Toda loucura do desejo, o ardor do querer, o proibido que no fim nem é tão proibido assim. Quando saber quem, onde e quando, impossível. O encanto se faz ao vento, na mesma velocidade que vai, mas se vem, quem pode com ele? Eu, simples e mero mortal, não posso, mas ainda sim, penso. Outra pessoa disse uma vez, tudo errado, e eu pensei nas duas coisas, no tudo, e no errado, percebi que tudo, era o momento que tínhamos ali, único e paralelo a tudo, um universo dentro da alma e um mundo fora dos sentidos que se sentiam ali, e logo após veio a palavra errado, onde realmente as pessoas erram? Em que erram? Qual o particípio ou fração temos em haver com todos os erros formatados pelos homens, quando fomos consultados quanto a isso, nossa assinatura, que seja a marca de nossas impressões, até onde nos envolvemos, na verdade, em coisa alguma, não erramos, e se tem algo errado, é tudo aquilo que não nos faz bem, feliz ou ir para frente. Entendi então que querer o que todos não querem significa errar para todos, mas sinceramente, não para mim. Os sentidos e os sentimentos já se foram e retornaram inúmeras vezes, em grandes, médias e pequenas proporções, as quais, passamos despercebidos por não estar na sintonia pedida para aquele momento de nossas vidas, o querer, o poder, o desejar, quanto e onde e com quem novamente vem a tona. Hoje tenho tantas cicatrizes que poderia dizer que sou um retalho costurado de tudo o que senti e ainda sinto, nada concreto, nada finalizado, nada com começo, meio ou fim, mas sempre, profundo, constante e intenso. Puxo o fio da meada e vejo que a meada sou eu, o inicio não lembro, mas o fim, quem pode saber? Me envolvi sem perceber no encanto desta alma, que para toda sorte, anda perdida sem rumo e a deriva de qualquer sorte. Não há o que pensar, corpos sem almas, olhos profundos que navegam rasos no pensar alheio. Delicadeza que se torna bruta, sem ferir, mas marcando e deixando ao vento novamente a sorte de ir ou vir, ter ou não. Muito já disse sobre minhas perspectivas do amor, e do tal querer, longe de mim a cruz do santo, mas perto de mim o poder de fazer o que se quer. Não tenho toda a sinceridade em minhas palavras, mas em meus olhos, carrego a seta reta que não desvia o alvo, não erra, não mente, não distorce e sim, não aponta para outros olhos sem motivo algum. No fim então, percebo que tudo que aprendi, vivi, minha profunda experiência me levaram a crer, sem pensar, que por mais que saibamos de tudo, compreendamos tudo e todos, formos senhores de todo poder, ainda sim, nos faltara como simples animais que somos, todo carinho da vida, o toque e claro, o sentir, sem isso, o adorar, o querer, o amor e a vida, serão lindos artefatos valiosos sem conteúdo que o sustente, viver, em minha opinião, é simples, bastar perceber que antes de tudo que é certo ou errado, precisamos sentir que estamos vivos, como, sentir, tocar, e deixar o resto acontecer.